Jornal Estado de Minas

Prazo para empresa iniciar reparo em prédio no Buritis acaba, mas área está isolada

Advogada dos moradores espera uma posição da construtora e defensor da empresa quer acesso ao processo para entrar com recurso

Luana Cruz

Moradores deixaram prédios e agora a área é monitorada por Defesa Civil e Corpo de Bombeiros por causa do risco iminitente de desabamento - Foto: Cristina Horta/EM/D.A Press. Brasil

O prazo para que a empresa Estrutura Engenharia e Construção iniciasse os reparos dos danos no edifício Vale dos Buritis, na Rua Laura Soares Carneiro, acabou nesta sexta-feiraA ordem para os acertos no imóvel foi dada pelo juiz Alexandre Quintino Santiago, da 16ª Vara Cível de Belo HorizonteA empresa alega que, assim como os moradores, está impedida de entrar no prédio por causa do risco de desabamento

De acordo com o advogado da construtora, Jove Silmar Guerra Bernardes, os funcionários da empresa foram ao local na quinta-feira para começar as obras, mas não puderam iniciar os trabalhos devido à constatação, pela Defesa Civil, do aumento dos riscos“A Defesa Civil não sobrepôs à ordem judicial, mas constatou um fatoExite um risco de morte no localFoi a realidade que se sobrepôs à ordem do juiz”, afirmou o advogado

Enquanto não pode trabalhar na recuperação do prédio, a Estrutura Engenharia tenta entrar com um recurso contra a decisão judicial que definiu o imóvel como “impróprio para habitação”De acordo com Bernardes, a empresa ainda não teve acesso ao processo, que está com um perito, para entender os motivos da determinação de reparoO advogado reafirmou que a construtora está disposta a cumprir a ordem

A decisão anunciada no dia 24 foi publicada em Diário Oficial no dia 26

Ontem, engenheiros da empresa foram ao prédio, mas puderam apenas observá-lo de longeDe acordo com a advogada que representa o Condomínio do Edifício Vale dos Buritis, Karen Myrna Castro Mendes Teixeira, a partir desta sexta-feira, a Estrutura Engenharia deve tomar alguma providência sob pena de incorrer em multa diária de R$ 2 mil

A advogada espera uma atitude da construtora e acha que os profissionais habilitados pela empresa sabem como trabalhar em situações de risco, por isso poderiam pelo menos se pronunciar sobre que será feito no prédio“Alguma coisa tem que ser feita, nem que seja concluir que não dá para fazer nada”, afirmou

Os moradores dos três prédios interditados estão reunidos, na manhã desta sexta-feira, com a Polícia Militar na Regional OesteO primeiro prédio foi interditado no último sábado por risco de desabamentoDepois disso outros dois edifícios também precisaram ser evacuadosDesde então, restou aos moradores se abrigarem na casa de parentes e amigos

Os imóveis apresentam grandes rachaduras, trincas e inclinaçãoO barranco que fica nos fundos dos prédios ameaça deslizar por causa das chuvas
Segundo a Defesa Civil, estão sendo realizadas vistorias periódicas para avaliar as condições estruturais e de riscoProvidências visando a redução dos riscos continuam sendo implementadas, tais como a recolocação de asfalto, reparos do sistema de drenagem para proteção das edificações e proteção das encostas com lonas

(Com informações de Guilherme Paranaíba)