Jornal Estado de Minas

Moradores dos prédios interditados no Buritis aguardam garantia judicial de preservação do patrimônio

Nesta tarde, a polícia confirmou que houve saques nos prédios interditados

Daniel Silveira

Alguns objetos dos moradores foram deixados na garagem do prédio pelos invasores - Foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A.PRess

 

O recesso forense desta sexta-feira, em razão do Dia do Funcionalismo Público, vai prolongar ainda mais a aflição das famílias que precisaram abandonar, às pressas, os prédios onde moram no Bairro Buritis, Região Oeste de Belo Horizonte, que ameaçam desabar“O que aguardamos é um pronunciamento em caráter de urgência da Justiça sobre a garantia de moradia e reparo dos danos destas famílias”, afirma Karen Myrna Castro Mendes Teixeira, advogada que representa o Condomínio do Edifício Vale dos Buritis, um dos dois que foram interditados pela Defesa Civil.

Impedidos de retornar aos apartamentos, onde abandonaram todos os bens particulares, os moradores foram surpreendidos ainda nesta quinta-feira com a confirmação de que os imóveis foram invadidos e estão sendo saqueadosÀ tarde, a advogada que os representa impetrou dois pedidos no Fórum Lafayette“Entrei com uma medida de urgência para que o juiz se pronuncie sobre o custeio da moradia destas famíliaAjuizei também uma medida liminar em prol de uma cautela para garantir que todos os danos sejam reparados ao final da ação”, esclarece KarenA expectativa é que somente na segunda-feira seja dada pronúncia aos dois pedidos.

Os saques nos apartamentos foram descobertos após os moradores identificarem um grande buraco aberto em um dos muros do prédioEm seguida, um dos moradores encontrou objetos que lhe pertencem abandonados em um lote vago vizinho ao prédioSomente no fim da tarde o 5º Batalhão da Polícia Militar confirmou os saques, garantindo que o policiamento no entorno da área será intensificado“Os moradores não têm como saber o que foi retirado, pois não podem entrar nos imóveis”, destaca a advogada Karen Myrna.

Os prédios foram interditados no último sábado, quando a Defesa Civil identificou risco iminente de desabamento dos dois edifíciosDesde então, restou aos moradores se abrigarem na casa de parentes e amigosNa segunda-feira, foi determinado pela Justiça que a empresa Estrutura Engenharia e Construção Limitada realizasse reparos na estrutura do prédio

No mesmo pedido encaminhado à Justiça, a advogada Karen solicitou que fosse garantido às famílias o custeio de moradia até que o problema seja resolvido“O magistrado se pronunciou apenas sobre os reparos”, diz“A cada hora a situação se complica mais e o pior pode ocorrer daqui a cinco minutosÉ preciso que a Justiça garanta a preservação do patrimônio destas famílias”, ressalta Karen Myrna.

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