Jornal Estado de Minas

Violência atinge 78% dos supermercados de Belo Horizonte

Pesquisa da Fecomércio mostra que os estabelecimentos da capital viraram alvo de bandidos. São ocorrências de assalto e furto que mudam a rotina dos supermercadistas

Luana Cruz, Paulo Filgueiras, Cristiane Silva, Daniel Camargos, Mateus Parreiras, Pedro Rocha Franco, Luciane Evans, Leandro Couri
O supermercados de Belo Horizonte são cada vez mais alvos da violência
Criminosos invadem as lojas para roubar e muitas vezes atacam brutalmente funcionários e clientesUma pesquisa da Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio) mostra que 78% dos estabelecimentos da capital já sofreram algum tipo de violênciaO furto e o assalto a mão armada são os mais comuns e correspondem a 27,4% das ocorrênciasOs comerciantes enfrentam também casos de agressão e tentativas de homicídio

O medo da violência fez os supermercadistas investirem em segurança e proteçãoMais de 34% das lojas já contam com alarmes e 33,9% usam circuito interno de TV para monitorar a movimentação dentro dos estabelecimentosAlém dessa ações, os empresários também colocaram grades, vigias armados e cercas elétricas

Os dados revelam também a frequência assustadora dos crimes, 45,8% dos supermercados já foram atacados muitas vezes, 30,5% algumas vezes e 1,7% apenas uma vezO levantamento da Fecomércio foi feito entre os dias 13 e 17 de outubro de 2011 e entrevistou 82 donos de estabelecimentos

Os comerciantes atribuíram a responsabilidade ao combate da criminalidade aos governos em todas as suas esferas
Pelo menos 55% acham que o poder público pode ajudar a controlar os ataques ao comércio em BH Parte dos proprietários (26%) acha que a criminalidade é de responsabilidade de toda a sociedadeSegundo a Fercomércio, esse dado é interessante, pois representa uma conscientização da comunidade de que o problema tem de ser enfrentado com a colaboração de todas as instituições, em conjunto com a população

Mudança de hábitos

A conclusão da pesquisa é de que supermercadistas da capital são obrigados a mudar hábitos por causa da violênciaO reforço de segurança foi citado por 40% dos entrevistados como a maior alteração na rotinaPelo menos 35% dos empresários precisaram mudar o horário de atendimento nas lojas e 10,6% contrataram seguranças armados para trabalhar nos estabelecimentos