Para dar conta de todas as ocorrências da noite da última sexta-feira e madrugada do sábado, a fiscalização das irregularidades parece depender de apenas uma equipe da Polícia MilitarA constatação da reportagem do Estado de Minas ocorreu dois dias depois da operação conjunta da PM e da prefeitura, no que parecia ser o início de uma sequência de ações para fechar o cerco aos infratores.
Porém, na sexta de baixa temperatura e garoa insistente, mesmo diante do pouco movimento, a reportagem do EM flagrou donos de veículos sofrendo extorsão para estacionar, motoristas bebendo e dirigindo, parando em fila dupla e sobre os passeios, e donos de bares fazendo das calçadas a extensão de seus estabelecimentosO difícil mesmo foi flagrar fiscais, guardas municipais ou policiais militares para coibir o festival de infrações.
Só escaparam dos abusos, dessa vez, os quarteirões fechados em reformaNum deles, na Rua Antônio de Albuquerque, entre Alagoas e a Praça Diogo de Vasconcelos, uma viatura da Guarda Municipal ficou estacionada, com as luzes de alerta apagadasOs agentes não foram vistos na regiãoNo período, a reportagem constatou apenas o policiamento ostensivo realizado por dois militares em um carro da 4ª Companhia do 1º Batalhão da PM, os mesmos que atenderam a ocorrência do flanelinha arrombador.
REVIRAVOLTA
A sensação de insegurança foi real na madrugada do sábado para o estudante Samuel Cabral de Castro, de 20 anos, e registrada de perto pelo EMA equipe de reportagem passava pela Avenida Getúlio Vargas, logo depois da Rua dos Inconfidentes, em direção à praça, quando percebeu o alarme de um Chevrolet Classic preto disparadoO vidro traseiro direito estava quebrado e, no banco de trás, o flanelinha, que se identificou como Jeferson Oliveira, que horas antes havia sido visto pedindo dinheiro a motoristas para guardar os seus veículos.
Ele disse ter entrado em luta corporal com um arrombador, que conseguiu fugir sem nada levar do carro que ele tomava conta
À 1h11, de fato o telefone 190 da PM foi acionado pela equipe do EM para informar sobre o arrombamentoÀ 1h20, nova ligação feita pelo estudante Samuel Castro, e depois à 1h37, por um colega deleA viatura 18.258, comandada pelo sargento Alexandre William, chegou à 1h40Assim que ouviram as versões, os militares deram ordem de prisão ao flanelinha, que então já dizia ter enfrentado três arrombadores, mas não conseguia explicar o que fazia com um alicate em mãosSegundo o militar, até então, aquela era a ocorrência de maior relevância de sua ronda na Savassi.
“Eu e meus colegas fomos à delegacia, de onde saímos às 5h30Fui bem atendido pelos policiais militares e civis, apesar da demoraSurpresa foi saber que o flanelinha ia ficar preso, pois era procurado pela polícia por um arrombamento a uma loja de ferragens, além de ter uma condenação de sete anos por furtoAgora, vou pensar melhor antes de ir à Savassi para um lanche com os colegas”, afirmou Samuel.