O especialista em transporte e trânsito Paulo Rogério da Silva Monteiro afirma que a soma dos radares com a situação de restrição de trânsito pela ponte sobre o Rio das Velhas criou um padrão de tráfego que reduziu a gravidade dos acidentes "O trânsito intenso e pesado cadenciou a circulação na forma de pelotõesLongas filas de veículos atrás de caminhões e carretas lentas deixaram menos espaço para ultrapassagens perigosasÉ diferente de uma pista de tráfego disperso, com lugar para imprudência dos motoristas", avaliaMonteiro lembra que durante o tempo em que a ponte provisória estava sendo instalada, e mesmo depois que esteve ativa, com circulação reduzida, os motoristas procuraram desvios e caminhos alternativos
A redução de 13 óbitos na Rodovia da Morte repercutiu diretamente no saldo geral deste ano nas estradas federais
Para o chefe do Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Nilson Tadeu Ramos Nunes, a restrição de tráfego na ponte em Sabará foi um fator decisivo para a diminuição do número de mortos no trecho“A instalação das pontes provisórias obrigou os veículos a diminuírem a velocidade”, lembra o especialistaPorém, o professor adverte que, com a inauguração da nova ponte, a tendência é o número de mortes voltar a subir, caso a fiscalização não atue com rigor na punição dos motoristas que excedem o limite de velocidade
Embora a fiscalização ajude a resolver o problema dos acidentes, o engenheiro acredita que o alargamento do trecho é que vai solucionar a maioria das batidas“Com a duplicação, o traçado atual, que tem mais de 50 anos, poderá ser atualizado e resolver a questão das colisões frontaisNosso grande problema é que a frota aumentou, os carros ganharam potência e as estradas não se desenvolveram”, completa o professor da UFMG.
Duplicação
Mas as tão esperadas obras de ampliação da Rodovia da Morte ainda estão longe de serem uma realidade