Comemorado também em regiões que esperavam por esse momento há seis meses, como o Norte de Minas, em cidades como Montes Claros, Janaúba, São Francisco e São Romão, o fim das estiagem ainda não significa a chegada definitiva da estação das águas, típica do mês de outubroA previsão é de que chuvas isoladas, que ontem marcaram o dia também no Triângulo, Zona da Mata e Sul de Minas, durem até quinta-feira, como um período de transiçãoDe acordo com a meteorologista do 5º Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Anete Fernandes, o refresco se deu graças a uma frente fria que conseguiu romper o ciclo seco dos últimos meses"Normalmente, na temporada de seca temos uma zona de alta pressão agindo na Região Central do país, e ela bloqueia as frentes friasO mais comum é a frente se desviar para o oceano, por não ter força para superar o obstáculo", explica a meteorologista.
Na Região Central do estado, a previsão é de que as chuvas comecem de fato na segunda quinzena de outubro"No Sul da Amazônia, já estamos observando um fenômeno chamado de convecção, responsável pelas chuvas de fim de tarde
Recorde e refresco
Mas, mesmo pouca, a chuva desta segunda já foi suficiente para trazer alívio para as equipes que enfrentam o fogo no estadoNo dia em que Minas bateu o recorde de focos de queimada dos últimos 10 anos, o fim da estiagem contribuiu para a extinção de vários incêndiosDe janeiro até ontem foram registrados 10.762 pontos de calor em território mineiro, de acordo com os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), superando o mesmo período de 2003 (10.509), sendo que mais da metade (5.978) ocorreu apenas em setembroJustamente nesse período BH experimentou 12% de umidade relativa do ar, bem abaixo dos 30% considerados índice de alerta pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
De acordo com o capitão Frederico Pascoal, do Corpo de Bombeiros, os combates ao fogo na Serra da Moeda e na Serra do Rola Moça foram encerrados graças à chegada da chuva"Na Moeda ainda temos equipes monitorando o rescaldoPor mais que a água tenha ajudado a diminuir a temperatura, ainda é possível encontrar brasas nos troncos das árvores e fogo subterrâneo", diz o oficialNa Serra do Rola Moça, os incêndios foram controlados depois de consumir 80% da reserva e 10 dias de trabalho, em que foram mobilizados cerca de 200 homens, quatro helicópteros e dois aviões.
Na Serra da Canastra choveu em partes da cadeia montanhosa, o que também foi crucial para apagar o fogoEquipes dos bombeiros já deixaram a serra, mas 35 brigadistas ainda monitoram a regiãoNa reserva indígena xacriabá, em Montalvânia, Norte de Minas, os focos foram controlados no domingo, situação semelhante à da Fazenda Canoas, em Montes Claros, na mesma região