“O próprio incêndio destrói sua origem, tornando a investigação difícilMas a força-tarefa está atuando para fazer as apurações e uma vigilância criteriosa para identificar os causadores dos incêndios”, garante a diretora de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais e Enchentes, Zenilde Viola, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad)Exemplo de como mais um caso pode ficar na impunidade é o incêndio que já consumiu a Serra do Curral e outros 10 hectares do Parque das Mangabeiras, na Região Centro-Sul
O diretor de parques da Área Sul da prefeitura, Homero Brasil Filho, garante que a origem é conhecida: “Foram todos criminosos
Mais aviões
Na terça-feira, o governador Antonio Anastasia autorizou a contratação de nove air-tractors, aeronaves de lançamento de água, em caráter emergencialO contrato será assinado, no máximo, até quinta-feiraPelo documento, o Corpo de Bombeiros poderá contratar até 50 aeronaves, que deverão ser disponibilizadas num prazo de até três horas
Os air-tractors são usados todos os anos para o combateComo o contrato anterior foi questionado pelo Ministério Público, foi preciso abrir concorrência, que seria encerrada sexta-feiraO Programa de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (Previncêndio), da Semad, conta com dois helicópteros e um avião, além do apoio de aeronaves dos bombeiros e polícias Civil e Militar
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inep), Minas Gerais registrou, de janeiro até ontem, 9.747 focos de calorSegundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, o fogo já consumiu 9.008 hectares (o equivalente a 9.008 campos de futebol) de áreas internas e do entorno de unidades de conservação estaduaisEm 2010, foram queimados 36.2475 hectaresSegundo o boletim da Semad, ainda há fogo nos parques do Rola-Moça, na Grande BH; o Verde Grande e Lagoa do Cajueiro, em Jaíba, na Região Norte; a Serra de Ouro Branco, em Ouro Branco, e a Mata do Cedro, em Carmópolis de Minas, na Região Central.
O professor do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG Flávio Guimarães Rodrigues afirma que o cerrado sempre conviveu com o fogo e, por isso, tem grande capacidade de recomposição“Depois das primeiras chuvas, a vegetação começa a brotarO problema atual é a frequência dos incêndios, que está maior e pode ter impactos irreversíveis”, dizNa fauna, os impactos variam e, se o fogo for pouco, os animais escapam ou se escondem em buracosCom chamas mais intensas, os mais lentos, como tamanduás-bandeira e antas podem ser cercados e morrerem queimados.