Jornal Estado de Minas

Mobilidade

Dia Mundial sem Carro tem comemoração encerrada em BH com manifesto sobre duas rodas

Passeio ciclístico reuniu mais de 200 pessoas na capital

Landercy Hemerson

Grupo de ciclistas se encontrou na Praça da Liberdade, no começo da noite, e seguiu para concentração na Praça da Estação - Foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press

O Dia Mundial sem Carro foi encerrado nessa quinta-feira à noite em Belo Horizonte com um passeio ciclístico que reuniu mais de 200 participantesA iniciativa é do grupo Moutain Bike BH, que pelo sexto ano consecutivo realiza a “pedalada-manifesto”, com a intenção de pôr um grande número de bicicletas nas ruas da área central da cidade, além da panfletagem junto a motoristas, pedestres e ciclistas, destacando a importância do respeito entre os atores do trânsitoO bancário Vinícius Mundin, de 28 anos, um dos organizadores, explica que cada ciclista nas ruas é um carro a menos“Nosso alvo não é apenas buscar uma relação de respeito de motoristas e ciclistasEstamos nas ruas, também, chamando a atenção para a necessidade de buscar alternativas de transporte que poluam menos.”

De acordo com Mundin, 215 ciclistas participaram do evento, dos quais 42 mulheresO grupo se encontrou na Praça da Liberdade, no começo da noite, e seguiu para a Praça da Estação para nova concentraçãoDepois seguiu pedalando pela Avenida do Contorno, em direção ao Barro PretoNa Savassi, os ciclistas entraram na ciclovia da Rua Professor Moraes, a caminho da Praça da Estação, onde foi encerrada a pedalada de 15 quilômetros.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nessa quinta-feira estudo sobre a poluição provocada por veículos automotores, como mais um alerta no Dia Mundial sem Carro Segundo os dados, entre 1980 e 2009, as emissões de gases – por veículos – do efeito estufa cresceram 3,6% ao ano, em médiaCom o aumento da frota e o uso maior do transporte individual, a quantidade de dióxido de carbono (CO2) lançada na atmosfera deve crescer em ritmo mais acelerado até 2020 (4,7% ao ano)A base das informações é do Ministério do Meio Ambiente

A taxa de motorização no Brasil é muito inferior à de países desenvolvidosNos Estados Unidos e na Europa, a média é de 70 veículos por habitantes e, aqui, é de apenas 15Conforme o estudo do Ipea, a tendência, no entanto, é que ela suba muito rapidamente“O automóvel emite, por pessoa, até 36 vezes mais CO2 que o metrô”, argumentou Carlos Henrique Ribeiro, técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea

De acordo com o estudo, nos últimos 15 anos, aumentou o transporte individual motorizado no Brasil, enquanto houve uma redução no uso do transporte coletivo, “o que, do ponto de vista da eficiência energética e ambiental, é uma tendência bastante preocupante”O número de automóveis cresceu 7% ao ano e o de motocicletas, 15%, ao passo que a demanda por transporte público caiu cerca de 30%.