Jornal Estado de Minas

Sensação de segurança aumenta após instalação de radares em trecho da BR-381

Ao longo dos 108 quilômetros que ligam Belo Horizonte a João Monlevade foram registradas, em 2010, mais de 100 mortes

O trecho de 108 quilômetros que liga as duas cidades é um dos mais perigosos da rodovia - Foto: Sidney Lopes/EM/D.A Press

Motoristas que passam por um dos trechos mais perigosos da BR-381, entre Belo Horizonte e a cidade de João Monlevade, na Região Central do estado, estão mais tranquilos em relação à segurança na estradaO motivo são os 24 radares instalados ao longo 108 quilômetros que ligam as duas cidades.

A fiscalização mais rigorosa obrigou os condutores a trafegarem em velocidade mais baixa e o resultado foi a queda no número de acidentesA Polícia Rodoviária Estadual ainda não tem um número oficial de ocorrências em 2011, mas segundo o diretor de comunicação do órgão, Aristides Júnior, já é possível perceber uma mudança positiva no comportamento dos motoristas."Não tenho dúvida que os acidentes diminuiram muito depois das instalação dos radares", afirma

O diretor explica que o balanço de acidentes na rodovia é feito anualmente e, por isso, o de 2011 ainda não saiuEle antecipa, no entanto, que no último mês de julho – período de férias em que o número de carros nas estradas aumenta e, consequentemente, o de acidentes – apenas uma morte foi registradaNo mesmo período de 2010, pelo menos oito pessoas perderam a vida nesse trechoEm todo o ano passado, somente entre as duas cidades foram contabilizados 2.049 acidentes, 1.430 feridos e 111 mortos

O histórico de acidentes e mortes na rodovia é longo e não é por acaso que a estada ficou conhecida como rodovia da morteCom temor de trafegar na via, Adelson Pereira já deixou várias vezes o carro da família na garagem e viajou de ônibus para a casa dos pais na Região do Vale do Mucuri“Morria de medo daquelas curvas e o tanto que as carretas passavam próximas da genteMas já superei e nas duas últimas férias, fui no meu carro”, contaSegundo Pereira, a instalação de radares na rodovia era necessária
“ Aquela estrada não tem estrutura para velocidadeSão muitas curvas principalmente em descidas”, avalia

Em uma das curvas da BR-381, próximo ao trevo de Caeté, na Grande BH, Jhonatas Jean Amora Fernandes se acidentou, em setembro de 2009Fernandes, que transporta remédios de Belo Horizonte para Governador Valadares, admitiu que a batida foi causada por excesso de velocidade“Estava com o carro carregado e um pouco acima da velocidadeNão consegui fazer a curva e caí numa ribanceira”, relembraA caminhonete Strada de Lima ficou completamente destruída e, por sorte, ele conseguiu sair sem ferimentos graves“O carro não tinha seguro e eu ainda pagava as prestaçõesTive prejuízo de mais de R$ 40 mil”, contaO motorista não concorda com todas as instalações de radares, mas admite que, em alguns casos, eles são necessários
“Acho que essa história de colocar radares por todo lado é só desculpa para ganhar dinheiro, mas no caso desse trecho da 381, acho que realmente precisava” conclui.

No estado

De acordo com o Dnit, Minas Gerais é o estado com o maior número de radares em funcionamentoSegundo o órgão, há 87 equipamentos na malha viária federal, sendo 69 radares fixos e 18 lombadas eletrônicasA previsão é de que 160 radares estejam em pleno funcionamento no estado até 2015

No primeiro ano de fiscalização, os resultados positivos já começam a aparecerNo último feriado nacional, de Corpus Christi, segundo o balanço da Polícia Rodoviária Federal, a redução no número de acidentes foi 49%, se comparado com o mesmo feriado do ano de 2010