A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou no fim da tarde dessa quarta-feira que ainda aguardava a Polícia Militar registrar o boletim de ocorrência no 3º Distrito da Rua Chicago, no Bairro Sion, para obter informações do que havia acontecidoNo entanto, na delegacia a informação era que os PMs já haviam registrado a ocorrência há mais tempo e que o documento já teria sido entregue à delegada Sandra MaraA policial, no entanto, não quis atender a reportagem.
O comandante do 22º Batalhão da PM, tenente-coronel Ricardo Machado, que atendeu a ocorrência disse ter ouvido comentários sobre o envolvimento de policial civil no tiroteio “Estamos tentando buscar informaçõesHouve comentários de populares sobre envolvimento de um suposto policial civil, mas, como diversos delegados e outros policiais civis estiveram no local, certamente eles vão apurar essa informação”, disse o militarO tenente-coronel também disse também não ter informações de que o caso se trata de saidinha de banco“Inclusive, o idoso que foi baleado tinha acabado de sacar R$ 600 no banco e nada foi levado dele
Baleado diz que não foi assalto
Internado no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, o delegado aposentado José Augusto Dias Branco revelou a amigos que foi baleado depois de ouvir discussão entre três homens na Rua Grão MogolUm deles, que se identificou apenas como Marcos, conversou com José Augusto, pouco depois da internação, e o ouviu, mesmo sentindo muita dor, dizer que “não foi assalto, mas troca de tiros”Contou ainda que o amigo revelou que, antes do tiroteio, ouviu alguns homens discutindo no passeio“Ele falou que tinha uns caras nervosos conversando fiado”, explicou Marcos, que é amigo de José Augusto há 15 anos.
Moradora de João Monlevade, a 108 quilômetros de Belo Horizonte, na Região Central do estado, a médica endocrinologista Júnia Moura Branco, de 44 anos, chegou ao Hospital João XXIII às 14h30 e preferiu falar apenas uma frase: “Estou horrorizada com a violência”Duas horas e meia antes, Júnia recebeu a notícia, por telefone, de que o pai havia sido baleado e imediatamente veio para a capital, na companhia do marido, Vinícius Fonseca Mendes, de 42, e da filha Isabela, de 16
Depois de saber que o sogro passava bem, Vinícius contou que José Augusto, natural de Caxambu, no Sul de Minas, e casado há 47 anos com dona Wily, mora na Rua Campanha, a um quarteirão de onde foi baleado, e caminha todos os dias“Ele tinha ido ao banco, como faz sempre, desta vez para pegar dinheiro e pagar a empregada.” (Gustavo Werneck)