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Estado de Minas

Plano Metropolitano vai criar polos de atração em Betim, Neves e Nova Lima

Uma das sugestões é ligar os municípios entre si, ativando o modo ferroviário


postado em 14/09/2011 07:03 / atualizado em 14/09/2011 07:05

Uma iniciativa que promete fazer com que Belo Horizonte não carregue mais sozinha o ônus do crescimento urbano, não apenas o próprio, mas também o das cidades vizinhas. A ideia, com o Plano Metropolitano, a ser apresentado oficialmente hoje, é transformar outros municípios da região em centros urbanos capazes de atrair serviços, comércio e, claro, pessoas. Segundo o coordenador-geral do projeto, professor Roberto Monte-Mór, do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da UFMG (Cedeplar/UFMG), o estudo cria uma estrutura com outros três grandes centros em Betim, a oeste da Região Metropolitana, Ribeirão das Neves, ao norte, e Nova Lima, ao sul. As propostas, dessa forma, pretendem criar oportunidades de desenvolvimento em áreas periféricas, reduzindo a dependência dos municípios em relação à capital.

“Uma das sugestões é ligar os municípios entre si, ativando o modo ferroviário, tanto do metrô quanto do trem”, diz Monte-Mór, professor do Departamento de Ciências Econômicas da UFMG. O plano prevê, para isso, a descentralização do emprego, estímulo cultural e habitacional e o uso de espaços vagos nessas regiões, além da melhoria das possibilidades de articulação entre as cidades e deslocamento na Grande BH.

Monte-Mór afirma que o estudo não foge às grandes questões metropolitanas, mas identifica prioridades de ação em quatro grandes eixos: acessibilidade, seguridade, sustentabilidade e urbanidade. Durante a elaboração do plano surgiram mais de 300 propostas. Numa última rodada de debates, o trabalho define 23 políticas integradas dentro dos quatro eixos e outras cinco ligadas à organização territorial e institucional.

“Uma das características principais do plano é que ele pretendeu instaurar um processo de planejamento, mas que não se esgota nele mesmo. Tentamos combinar a abordagem ampla com sentido estratégico, apontando as grandes discussões e identificando programas que devem ter prioridade”, afirma. Nesse caso, as urgências estão relacionadas a transporte, alimentação, zonas que devem ter preferência no crescimento urbano e questões ligadas ao tratamento e destinação de lixo.

Monte-Mór explica que os estudos tiveram início com a análise do diagnóstico dos problemas e, desta vez, os assuntos não foram tratados separadamente. “Discutimos questões de mobilidade; a segurança alimentar com apoio às hortas comunitárias e agricultura rural; problemas ambientais ligados, por exemplo, à mineração e ao desenvolvimento urbano; e políticas de habitação que vão além dos programas já existentes. O plano será uma referência para a ação do governo e dos municípios”, afirma. Segundo ele, a novidade é a tentativa de integrar a sociedade, a universidade e o governo em um processo permanente de planejamento.


Palavra de especialista

Os desafios do projeto

“Há vários conflitos ambientais e urbanos que ultrapassam os limites dos municípios e precisam ser discutidos dentro de uma temática metropolitana. Vejo dois desafios para a implantação do plano. O primeiro é o acompanhamento do cumprimento dessas diretrizes. A Agência Metropolitana será responsável por implantar o plano e o conselho deverá acompanhá-lo, mas a participação da sociedade civil é muito pequena nesse organismo. São só duas pessoas. Uma estratégia do governo para melhorar essa questão seria aumentar a participação popular, que se uniria às associações, ONGs e movimentos populares que integram o conselho. O outro desafio é não deixar que o plano se perca no seu pior inimigo: a ameaça aos prefeitos de perderem sua autonomia. O Plano Metropolitano precisará enfrentar de forma amigável o medo que os municípios têm de perderem sua gerência sobre o planejamento urbano. Mas agora, sim, teremos um instrumento para construir políticas urbanas. Com a extinção do Plambel, perdemos nossa capacidade de pensar a Região Metropolitana. Já passava da hora de discutir a questão novamente.”


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