Jornal Estado de Minas

Reunião aumenta esperança de revitalização do Mercado do Cruzeiro

Prefeito de Belo Horizonte se reúne nesta sexta-feira com moradores e arquitetos para conhecer três projetos de recuperação do Distrital do Cruzeiro submetidos a votação popular

Flávia Ayer

Projeto que obteve 42% dos votos aposta na construção de quadras esportivas, cria estacionamento e aumenta número de lojas - Foto:


A Prefeitura de Belo Horizonte dá indícios de que retomará o processo de revitalização do Mercado Distrital do Cruzeiro, na Região Centro-Sul de BHA convite do prefeito Marcio Lacerda (PSB), representantes da comunidade, do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-MG) e dos comerciantes do centro de compras vão nesta sexta-fiera, às 14h, à sede do Executivo, apresentar os três projetos finalistas do concurso Viva o Mercado, em que arquitetos apontaram soluções para dar vida e recuperar o estabelecimento.

Paralelamente, a Associação dos Comerciantes do Mercado Distrital do Cruzeiro (Acomec) estuda apresentar proposta para a requalificação do centro de compras“Amanhã (hoje) vamos levar o dossiê com todo o processo de discussão em torno da revitalização do mercadoPosteriormente, queremos levar uma proposta para a associação viabilizar a reforma do distritalAcreditamos ser o mais viável, pois quem entende do mercado são as pessoas que estão aqui todos os dias”, afirma o presidente da Acomec, Wayne Stochiero.

O grupo informará Lacerda sobre as discussões ocorridas durante o fórum Viva o Mercado, ocorrido no sábado, no centro de comprasDurante o evento, uma votação popular, com a participação de mais de 500 pessoas, elegeu, entre os três finalistas, o projeto favorito da comunidadeCom 42% dos votos, venceu a proposta de Francisco Albano Andrade, Gian Paolo Lorenzetti e Rodrigo Ferreira AndradeO projeto aposta na construção de quadras esportivas, cria estacionamento com 770 vagas no subsolo e aumenta em 60 as lojas do centro de compras, que passa a ser dividido em dois níveis por uma rampa.

Alternativas

As outras duas propostas finalistas também serão apresentadas ao prefeitoUma delas, de André Luiz Prado e equipe, propõe a implantação de duas lojas âncoras no subsolo do mercado, a construção, em cima das bancas, de mezanino com espaço gourmet, bares e restaurantes, além de um hotel na lateral do terrenoO projeto do escritório do arquiteto João Diniz aposta num projeto sustentável, com a construção de um edifício garagem na lateral do terreno, que se assemelha a um jardim vertical, além de dois prédios com 60 unidades habitacionais ou comerciais cada.

De acordo com a presidente da Associação dos Cidadãos do Bairro Cruzeiro (Amoreiro), Patrícia Caristo, a expectativa é de que Lacerda abrace o movimento que culminou na elaboração dos projetos para o mercado“Esperamos que ele acate a escolha da comunidade e permita que o projeto seja implantado”, afirma Patrícia, que recebeu positivamente o convite do prefeito.

A iniciativa da comunidade de levantar projetos de revitalização para o mercado foi uma reação à proposta adotada pelo Executivo em abril e descartada um mês depois, em meio a críticas da comunidade e de arquitetos

Única participante e vencedora de um procedimento de manifestação de interesse aberto pelo poder público no ano passado, o projeto previa a demolição do prédio do distrital e a construção de complexo com 1,9 mil vagas de estacionamento, dois hotéis, centro comercial e gastronômico, além de espaço para os atuais permissionários do mercado.

Memória

Reação a proposta

O primeiro projeto de revitalização do  Mercado do Cruzeiro encampado pela prefeitura foi posto de lado depois da reação contrária de moradores Orçado em R$ 200 milhões, previa dois hotéis, com 387 quartos, estacionamento para 1,9 mil veículos, área de eventos e convenções e cerca de 60 lojas, com espaço garantido para os atuais feirantesO mirante do Parque Amilcar Viana Martins, que abriga caixa d’água tombada, seria transferido para o topo de um dos hotéis, mas continuaria aberto ao públicoNa avaliação da prefeitura, a proposta resolvia três problemas da região: risco de extinção do mercado, o trânsito caótico – principalmente pelo fluxo de veículos em torno da universidade Fumec, vizinha ao mercado – e a baixa frequência no parqueA proposta, no entanto, foi abandonada em maio.