Enquanto prossegue na Justiça o processo de desapropriação de dona Dalva, a última barreira para a construção da ligação entre a Avenida Pedro II, na Região Noroeste de BH, e a Pampulha, técnicos da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) correm contra o calendário para cumprir o prazo dado pelo Judiciário para a solução do impasseA expectativa é de que uma nova casa para a costureira e seus três cães – Pitchulinha, Rosinha e Reque, tratados por ela como seus “filhos” – seja encontrada até 8 de setembro
Como mostrou o Estado de Minas em sua edição dessa quinta-feira, dona Dalva é a última moradora entre os remanescentes da demolição da Vila São José, na Região Noroeste de BH, a ter a desapropriação resolvida com a prefeituraNo lugar em que se enfileiravam os baracões da antiga comunidade será feita a ligação entre as avenidas Pedro II (Região Noroeste), João XXIII e Tancredo Neves (Pampulha), que promete desafogar o trânsito principalmente do Bairro Castelo, na Pampulha, e nas avenidas Presidente Carlos Luz e Abílio Machado
Desde que as abordagens da Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel) começaram, a moradora resiste à ideia de se mudar para um apartamento no conjunto habitacional próximo, onde seus “filhos”, Pitchulinha, Rosinha e Reque, não seriam aceitosTambém não aceitou receber o valor de R$ 36 mil, conforme avaliação feita pela administração municipal.
Depois disso, a Sudecap assumiu o processo, que tramita na Justiça desde dezembro do ano passadoDe acordo com o órgão, em 1º de julho de 2011, a Justiça concedeu imissão de posse à prefeitura, garantindo o terreno ao poder público em troca da indenização referente ao valor da casaPorém, o juiz responsável atendeu a um pedido do defensor público e suspendeu a posse, em 8 de agosto, por um prazo de 30 dias, que vence na próxima quinta-feira.
De acordo com a Sudecap, dona Dalva já entendeu que as máquinas vão passar pela região e que a avenida será construída, por isso, ela já aceitaria a ideia de deixar o localMas, ao EM, a mineira nascida em Salinas, no Norte de Minas, a mais de 660 quilômetros da Vila São José, revelou que ainda aguarda dos homens da prefeitura uma posição sobre a proposta que fez: “Falei com eles que, se me deixassem ficar, mandava fazer um muro novo e bem bonito (o atual foi parcialmente derrubado pelo vaivém de máquinas) e um passeio na beira da avenida que vão abrir”Pouco dispostos a pensar na oferta, os técnicos têm pela frente a empreitada de encontrar uma casa que atenda às necessidades da mulher, que não esteja em uma área insalubre ou de risco e que seja o futuro lar da costureira e de seus três “filhos”
Repercussão
leitores comentam no em.com.br
“Que respeitem esta senhora
josé dantas
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“É, dona Dalva, gostaria muito que a senhora ficasse no seu cantinho, mas acredito que isso não será possível! Consiga uma casa para levar seus filhos.”
joão guilherme
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“Se fosse a casa de um político, ele receberia indenização pelo muro destruído, mas como é um morador pobre, terá de morar no apartamento querendo ou não..”
joão paulo
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“Passa por cima da casa delaSe não quer sair, que seja tirada à força.“
gustavo pereira
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“Infelizmente, se não sair por bem, vai sair por mal..É o interesse público prevalecendo sobre o particular, como está previsto na Constituição Federal de 1988.”
marcílio júnior