Jornal Estado de Minas

"Errei e quero ser condenado", diz borracheiro

Julgamento de acusado de matar ex-mulher a tiros em salão de beleza acontece no I Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte

João Henrique do Vale

- Foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A/Press

O borracheiro Fábio Willian da Silva, acusado de matar a ex-mulher Maria Islaine de Moraes, em janeiro do ano passado, disse durante depoimento no I Tribunal do Júri do Fórum Lafayette que quer ser condenadoO réu começou ser ouvido às 11h desta sexta-feira e falou por uma hora e cinco minutos

Ele disse que não matou Maria Islaine por causa da divisão do dinheiro do apartamento deles“Eu era apaixonado, dediquei minha vida a ela, mas ela passou a não me corresponder e a me humilhar”, disse o réuEle também afirmou que errou e que quer ser condenado.

No dia do crime, Fábio afirmou que foi ao salão de Islaine para conversar sobre o apartamentoEle disse que chegou no local e chamou a cabeleireira para conversar“Falei para a Islaine tirar os móveis da casa, mas ela respondeu que tirava quando e do jeito que quisesse”.

Depois de ouvir a resposta, Fábio contou que foi embora, mas que a mulher o seguiu e apontou o dedo para o alto, afirmando que iria por ele na cadeia pois conseguiu o que queriaSegundo Fábio, ela se referia às imagens do circuito interno do salão, que seria usado como provas para mostrar que ele se aproximou dela, infringindo a decisão da Justiça de ficar a 300 metros de distânciaEle contou que após ouvir as ameaças, voltou para o salão para pedir para ela não chamar a políciaNessa hora, ele exibiu a arma para tentar intimidá-laDe acordo com o borracheiro, Islaine colocou a mão na cintura e disse que ele não era homem de atirar nela

Foi ai que o réu perdeu a cabeça e atirouCena, essa, que foi gravada pelas câmeras de circuito interno.

O borracheiro não quis responder a nenhuma pergunta da acusaçãoIsso causou um debate entre o advogado Ércio Quaresma e a promotoria.

O crime


Por volta das 8h40 de 1º de janeiro do ano passado, Fábio invadiu o salão de beleza de Maria Islaine, no Bairro Santa Mônica, Região de Venda Nova, e disparou oito tiros à queima roupa contra elaQuatro acertaram no peito, três nas costas e um na cabeça Alguns clientes que estavam no local presenciaram o crimeA ação foi filmada pelas câmeras de segurança instaladas no interior do estabelecimento.

O borracheiro teria cometido o assassinato por estar inconformado com o fim da relação e com a partilha dos bens Ele já havia ameaçado a cabeleireira, que registrou diversos boletins de ocorrência denunciando FábioQuando ela morreu, a família entregou cópias das queixas à polícia, alegando que a tragédia já era anunciada e que nenhuma providência havia sido tomadaEm abril de 2009, Fábio foi enquadrado na Lei Maria da PenhaEle também tinha uma ordem judicial para não se aproximar de Maria Islaine


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