Jornal Estado de Minas

Testemunhas começam a ser ouvidas em julgamento de borracheiro

Homem é acusado de assassinar ex-mulher a tiros em salão de beleza de Belo Horizonte

João Henrique do Vale

- Foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A/Press

Uma ex-namorada do borracheiro Fábio Willian da Silva foi a primeira a ser ouvida como testemunha no julgamento em que o réu é acusado matar a ex-mulher dentro de um salão de beleza da capitalA audiência começou às 9h20 desta sexta-feira, no salão do I Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, e não há previsão para terminar.

Durante depoimento que durou cinco minutos, a mulher, que não teve o nome revelado, respondeu perguntas do advogado de defesa de Fábio, Ércio QuaresmaEla disse que teve um relacionamento com o réu durante oito meses, e que, durante esse tempo, ele não se comportou de forma agressivaAfirmou também que os dois terminaram o relacionamento de forma tranquila e que enquanto estiveram juntos, não houve briga.

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O segundo a ser interrogado foi um amigo de FábioEle contou conhecer o réu há mais de dez anosDisse que os dois viajavam sempre e iam muito a festasSegundo o homem, com três meses de namoro, o borracheiro já dizia ter vontade de casar com IslaineMas depois de um tempo, ele teria começado a se mostrar contrário à ideia, por suspeitar que ela o traía.

O amigo contou também que Fábio respeitava a decisão do juiz de ficar a 300 metros de distância da cabeleireira, mas que era ela que não respeitavaSegundo ele, uma vez,  Maria Islaine chegou em uma festa onde o borracheiro estava, acompanhado de um outro homem, em uma motoFábio não teria aguentado ver a cena e chegou a brigar com o motociclistaDurante a briga, Islaine teria entrado na frente e acabou empurrada



A terceira pessoa a ser ouvida foi uma mulher que era amiga do casalEla também negou ter visto qualquer agressão de Fábio contra a cabeleireiraContou também que uma vez, Islaine contou para ela pelo MSN que o borracheiro, em um ataque de fúria, teria quebrado um guarda-roupa delaSegundo ela, Fábio nunca se conformou com o fim do relacionamentoEle sempre dizia que era apaixonado por ela e que queria voltar de qualquer jeito.


No pé do ouvido

Durante o depoimentos das testemunhas, por duas vezes, o advogado Ércio Quaresma, sentou ao lado de seu cliente e cochichou algumas palavras em seu ouvido.

O crime


Por volta das 8h40 de 1º de janeiro do ano passado, Fábio invadiu o salão de beleza de Maria Islaine, no Bairro Santa Mônica, Região de Venda Nova, e disparou oito tiros à queima roupa contra elaQuatro acertaram no peito, três nas costas e um na cabeçaAlguns clientes que estavam no local presenciaram o assassinatoA ação foi filmada pelas câmeras de segurança instaladas no interior do estabelecimento.

O borracheiro teria cometido o crime por estar inconformado com o fim da relação e com a partilha dos bens Ele já havia ameaçado a cabeleireira, que registrou diversos boletins de ocorrência denunciando FábioQuando ela morreu, a família entregou cópias das queixas à polícia, alegando que a tragédia já era anunciada e que nenhuma providência havia sido tomada

Em abril de 2009, Fábio foi enquadrado na Lei Maria da PenhaEle também tinha uma ordem judicial para não se aproximar de Maria Islaine

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