Jornal Estado de Minas

Justiça decide manter júri popular para policial envolvido no bando da degola

Desembargadores decidiram também manter a prisão preventiva do réu, acusado de participar ativamente do assassinato e decaptação de dois empresários no Bairro Sion

Daniel Silveira
O policial militar Renato Mozer, acusado de envolvimento no assassinato e decapitação de dois empresários no Bairro Sion, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, será mesmo julgado pelo júri popular
Por unanimidade, os desembargadores da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais decidiram nesta quarta-feira manter a sentença dada ao réuA defesa do policial havia apresentado recurso pedindo a desconstituição da sentença de pronúncia e a revogação da prisão preventiva.

De acordo com o TJMG, os advogados de Renato alegaram que a fase de instrução do processo, em que são produzidas as provas, já foi concluída, viabilizando ao réu aguardar julgamento em liberdadeO policial já teve dois habeas corpus negados pela Justiça e os desembargadores entenderam que os motivos que mantêm a prisão preventiva dele ainda são válidos.

Os desembargadores concluíram também, com base nos autos do processo, que Renato participou ativamente do crime juntamento com outros réusEle foi pronunciado pelos crimes de homicídio qualificado, cárcere privado, extorsão, destruição e ocultação de cadáver e formação de quadrilha

O crime

Renato Mozer e outras sete pessoas são acusadas pela Justiça de integrar uma quadrilha, liderada por Frederico Costa Flores, que extorquiu, torturou, matou e decapitou os empresários Rayder Santos Rodrigues e Fabiano Ferreira MouraO crime ocorreu em 9 de abril de 2010O inquérito policial indica que as vítimas foram assassinadas dentro do apartamento de Frederico no Bairro SionEm seguida, os corpos foram decapitados e jogados em um terro de Nova Lima, onde foram carbonizadosAs cabeças das vítimas nunca foram encontradas.

Frederico Flores é o único dos oito réus que não foi pronunciado pelos crimesCom base em exames de sanidade mental, ele foi declarado semi-imputável, ou seja, que não é inteiramente capaz de compreender o caráter ilícito e a gravidade de seus atos
Ele permanece preso.

O norte-americano Adrian Grigorceao policial militar André Bartolomeu e o advogado Arlindo Lobo também continuam na prisãoEles também respondem pelos mesmos crimes pelos quais Renato foi pronunciado.

A médica Gabriela Costa e o pastor Sidney Beijamin também irão a júri popular acusados dos crimes de homicídio qualificado, cárcere privado, extorsão, destruição e ocultação de cadáver e formação de quadrilhaEles aguardam julgamento em liberdade, assim como o advogado Luiz Astolfo, único dos oito réus absolvido pelo crime de homicídios, mas responde pelos demais