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Estado de Minas

Toldo divide lazer e sossego

Campeões em reclamação na prefeitura, bares finalmente vão testar estrutura para evitar que barulho incomode vizinhos. Primeira experiência será feita em Lourdes


postado em 06/08/2011 06:00 / atualizado em 06/08/2011 11:10

Quem vive uma rotina de noites maldormidas, ao som do burburinho de botecos, cruza os dedos para que a prefeitura faça cumprir a lei e tire mesas e cadeiras das calçadas de vias residenciais, além de disciplinar o espaço para a passagem de pedestres. Bares, boates e casas de shows são as campeãs no período noturno das reclamações do programa Disque Sossego, responsável por fiscalizar a conhecida Lei do Silêncio, que impõe limites para emissão de ruídos, mais rigorosos principalmente a partir das 22h.

O problema maior é vivido na Região Centro-Sul, que concentra 26% da demanda de serviços de controle ambiental da cidade, sendo 90% dela referente à poluição sonora. Para evitar o conflito entre quem quer tranquilidade e aqueles que buscam a diversão, moradores do Bairro de Lourdes, com 25 mil habitantes e 57 bares e restaurantes, pretendem testar, no próximo mês, com o aval da prefeitura, o toldo antibarulho em um dos estabelecimentos do bairro.


Há mais de um ano, a Associação dos Moradores do Bairro de Lourdes (Amalou) negocia com o Executivo a instalação do equipamento, retrátil e feito de fibra de policarbonato. “O perfil da população em Lourdes é de mais de 40 anos. É gente que trabalha e, a partir de um certo horário, quer descansar”, afirma o presidente da instituição, Jeferson Rios, informando que a instalação foi autorizada em reunião com a prefeitura, em julho. O teste será feito no Boi Lourdes, casa de carnes na Rua Alvarenga Peixoto. O estabelecimento já se adequou em relação à disposição das mesas, marcando com correntes a passagem de pedestres. “A preocupação do bar é atender todo mundo: clientes, pedestres e moradores.”, afirma Dawson Lúcio da Silva


A arquiteta Edwiges Leal, moradora do Bairro Sion, ao lado da Rua Pium-í, endereço de bares, choperias e casas noturnas, preferiu tomar ela própria as providências e instalou um vidro antirruído na janela do quarto. O investimento de R$ 6 mil foi o preço da noite de sono. “Gosto dos bares, quando comprei meu apartamento, ano passado, sabia dessa condição. O problema foi quando abriu um bar novo, que é um ‘vuco-vuco’ à noite toda. O problema não são as mesas na calçada, acho chiquérrimo isso, mas é preciso haver uma mudança de cultura. O cara que bebe, muitas vezes, não tem a menor educação, fala alto, xinga, grita. Para quem quer descansar, não dá para aguentar. A vontade é jogar um balde d’água da janela.”


Cansados de passar a noite em claro, moradores do Bairro Santo Antônio e entorno da Avenida Prudente de Morais defendem braço firme da prefeitura nas restrições às mesas e cadeiras nas calçadas. “Se a prefeitura bater forte e fazer cumprir a lei em favor da comunidade, a população vai bater palma”, comenta Gegê Angelino, presidente da Amor-Santo, que atua na área.

 

Enquanto isso...Santa Tereza pede mudanças


Sem licença para usar mesas e cadeiras nas calçadas, donos de botecos de Santa Tereza, reduto boêmio na Região Leste da capital, esperam entregar hoje ao prefeito Marcio Lacerda carta com pedidos para alterar legislações que restringem a prática. Embora a assessoria do chefe do Executivo não confirme, empresários esperam a visita de Lacerda, às 10h, na Praça Duque de Caxias. Apenas três bares têm a licença para servir clientes ao ar livre, marca da boemia no bairro. “Não damos nenhum problema aos vizinhos e não podemos ser punidos por isso. Pode estar frio ou calor, ninguém quer sentar dentro do bar”, afirma o proprietário do Bartiquim, Rômulo César da Silva, o Bolinha.


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