(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas BELO HORIZONTE

Obras geram incerteza entre moradores e comerciantes na Av. Pedro II


postado em 01/08/2011 06:05 / atualizado em 01/08/2011 06:55

Via é polo comercial na Região Noroeste da capital (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Via é polo comercial na Região Noroeste da capital (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
O clima de incertezas pairou sobre a Avenida Pedro II, na Região Noroeste de Belo Horizonte. De uma ponta a outra, moradores e comerciantes estão mobilizados para descobrir a data de início das obras de alargamento da via e implantação do sistema de Transporte Rápido por Ônibus (BRT, na sigla em inglês) previstas para o importante corredor de trânsito, também conhecido como polo de peças automotivas e casas de material de construção. A apreensão pelo fim do mistério tem relação direta com a permanência do comércio e residências na avenida, já que para expandir a via imóveis precisarão ser desapropriados. Apesar de informar ao Estado de Minas que a obra, orçada em R$ 233,5 milhões, começa em setembro e tem previsão para ser concluída em dezembro de 2013, a prefeitura ainda não se comunicou com a comunidade oficialmente. Na dúvida sobre ficar ou sair, as pessoas que vivem ou mantêm seus negócios na região reclamam da impossibilidade de tomar decisões, reformar os imóveis ou fazer investimentos de grande porte. Na avenida vizinha, a Carlos Luz, por onde o BRT também vai passar, o sentimento é o mesmo.

Sem se oporem à realização da obra, a grande reclamação dos comerciantes é sobre o prazo dado para a saída do imóvel. “Não queremos ser pegos de surpresa. Se tivermos que sair do imóvel, precisaremos de pelo menos oito meses para nos mudarmos sem prejuízos. Trabalhamos com produtos que não podem ser acondicionados da noite para o dia em prateleiras. Temos um showroom que requer tempo, projeto e investimento para ser montado. Por isso, gostaríamos que a prefeitura cumprisse sua responsabilidade social de nos avisar com bastante antecedência”, pondera o diretor comercial da loja de material de construção Bel Lar Acabamentos, Daniel Miranda. Localizado no número 1.275, no Bairro Carlos Prates, o estabelecimento funciona ali há 43 anos.

Segundo Miranda, uma equipe da prefeitura chegou a fazer uma visita para levantamento de dados sobre a área da loja e o número de funcionários. “Na ocasião, nos disseram que, se fôssemos atingidos, perderíamos 12 metros na frente do terreno, o que inviabiliza nossa permanência aqui. Por isso, esperamos que as decisões sejam tomadas com muito planejamento.”Ele diz ainda que qualquer decisão em cima da hora pode provocar o fechamento da loja e a demissão de funcionários. “Nesta unidade, são 70 empregos diretos e pelo menos 500 indiretos. Não queremos que as demissões ocorram. Queremos contribuir para o crescimento da cidade, mas sem prejuízos para a loja, para nossos funcionários e clientes”, acrescenta.

Basta atravessar a rua para perceber que a incerteza está dos dois lados da Avenida Pedro II. O comerciante Leonardo Magalhães, proprietário da loja de baterias Triângulo, localizada no número 1.340, afirma que “tudo de que se tem notícia sobre a obra fica-se sabendo por boatos”. Ele, que é locatário do imóvel, afirma que já tomou conhecimento de vários prazos para o início das intervenções, mas até então nada foi concretizado. “Quero crer que a prefeitura não vá iniciar a obra sem um prazo mínimo para nos adaptarmos. Se for de fato em setembro, seremos muito prejudicados porque já está muito em cima da hora.”

Poucos metros à frente, na Concessionária Orca, o supervisor de vendas Diovane Sidney de Lima garante que a falta de informação obriga o projeto de modernização da loja a ficar na gaveta. “A reforma foi uma solicitação feita pela montadora, mas que não podemos executar diante da dúvida se seremos ou não desapropriados”, afirma. Lima destaca ainda a necessidade de aviso prévio sobre as fases da obra que devem provocar interferências no negócio. “Serão problemas de trânsito e poeira que podem prejudicar as vendas. A tendência é o cliente ficar desinteressado de vir aqui se a avenida estiver um caos.

Rumores

Da mesma forma, as donas de casa Maria Edna de Oliveira Silva, de 55 anos, e Samir Coelho Gonçalves, de 59, aguardam ansiosas pela ampliação do canal de comunicação entre a prefeitura e a comunidade. “Moramos aqui há anos e nunca fomos informadas de nada. Não somos contra a obra. Pelo contrário. Mas ficamos apreensivas porque só temos informações que circulam por rumores”, lamenta Edna. Ela, inclusive, diz que há mais de um ano quer reformar a casa, mas teme perder todo o investimento feito. “Outra coisa que me preocupa é o valor das indenizações. Espero que paguem o que nossos imóveis realmente valem.”

A previsão de início das obras foi anunciada ao EM pelo Comitê Executivo Municipal da Copa do Mundo que é responsável pela articulação entre a administração municipal e os órgãos organizadores do Mundial. No entanto, a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), responsável pela execução dos trabalhos, informou apenas que o projeto executivo está sendo feito, sem, no entanto, traçar um cronograma definitivo para as intervenções. Mobilizados em busca de informações, lojistas e moradores marcaram uma reunião para a noite de quinta-feira. O encontro será na sede da Igreja Comunidade Renovada do Evangelho, às 19h.

Saiba mais - BRT Pedro II

Com a implantação de um BRT (Bus Rapid Transit) nessa via arterial da cidade, a Prefeitura de Belo Horizonte garante que haverá uma melhoria significativa na qualidade do transporte coletivo da área. A obra, que vai oferecer acesso alternativo ao Mineirão pelo transporte público, também vai proporcionar, conforme o órgão, a requalificação urbanística da via, uma das mais movimentadas do município. O projeto prevê um corredor central exclusivo para ônibus, com faixas de ultrapassagem, sistemas de pagamento externo em estações e controle da operação. Todo o projeto urbanístico será realizado com base nas normas brasileiras de acessibilidade, promovendo a universalização na utilização do corredor e seu modal de transporte.

enquanto isso...

... intervençôes na pedro i avançam



Elas são duas avenidas com o nome Pedro, mas a que leva o título de Pedro I chegou na frente da Pedro II no quesito obras. Com 24% das 272 desapropriações concluídas, as intervenções para a duplicação da Pedro I e implantação do BRT tiveram início em junho de 2010 e seguem adiantadas. A obra orçada em R$ 173 milhões tem previsão de ser concluída em agosto de 2013, praticamente um ano antes da Copa do Mundo e seis meses antes da reforma da Pedro II. A Avenida Pedro I, continuação da Avenida Antônio Carlos e importante ligação entre o Centro e o Mineirão e o aeroporto de Confins, é um dos dos três corredores do BRT a serem implantados na capital.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)