Show de roqueira internacional agita fãs em Belo Horizonte

A loirinha Avril Lavigne teve seu auge há alguns anos, isso é incontestável. A adolescente cheia de “atitude”, palavrinha hoje tão vazia de significado, que despontou aos 17 anos, está próxima de completar 27. Lançou no início de 2011 seu quarto álbum de estúdio, Goodbye lullaby, que ainda não fez um hit do peso de Complicated, My happy ending e Girlfriend. No hiato de seis anos desde sua primeira visita ao Brasil, ela casou, divorciou, virou empresária e ganhou milhões. Para os fãs, nada disso faz diferença. Neste momento, o que importa é conseguir o melhor lugar para vê-la na passagem de The black star tour por Belo Horizonte. Os ingressos para o show que ela fará na terça, no Chevrolet Hall, estão esgotados desde quinta-feira.

 

Hoje, a partir das 14h, um grupo de fãs vai se reunir na Praça da Liberdade para combinar os detalhes finais do show. Todos eles integram a comunidade 9960 na rede social Orkut, que agrega o maior número de seguidores da cantora no país: cerca de 500 mil pessoas. “Logo que foi anunciado que haveria show em BH começamos a nos encontrar”, conta Renata dos Santos, de 16 anos, que organizou esse e os dois encontros anteriores, em junho e julho. Na pauta, as camisas que os fãs vão usar (confeccionadas para o evento, trazem foto da cantora na frente e data do show nas costas), a bandeira – “vamos jogar no palco uma de Minas Gerais, assinada por todos os participantes do encontro” – e outras surpresas. “Vamos tentar levar balões e estrelinhas brilhantes”, acrescenta Renata. 

 

O mais importante, no entanto, é conseguir chegar próximo ao palco. Como não há área premium (uma exceção para eventos do gênero), fica na frente quem for mais rápido. Grupos de adolescentes pretendem se revezar na entrada do Chevrolet Hall de hoje até terça-feira. “Montamos grupos de cinco pessoas para ficar na entrada”, conta Renata. Como vem muita gente do interior, os que vivem em BH vão ter que segurar lugar para os de fora.

‘Rebelde’ Morador de Itabirito, Fábio Brito vai ter que esperar até segunda-feira para chegar a BH. Como trabalha até as 14h, somente depois, com carona do irmão, vai chegar a BH. “Chego e vou direto para a fila. No revezamento que organizamos, alguém vai chegar na segunda à noite para ficar no meu lugar”, conta ele, que, quando for “rendido”, irá para casa de amigos dar uma descansada. “Minha família está fazendo um sacrifício para eu ir. Gosto da Avril desde 2004. Quando vi o clipe de My happy ending, me identifiquei com tudo. Era um adolescente rebelde, e ela também. Hoje muita gente deixou de gostar da Avril, porque ela mudou, mas querendo ou não, ninguém é a mesma pessoa para sempre”, diz Fábio.

 

Na estreia da turnê, na quarta-feira, em São Paulo, Avril Lavigne não trouxe muitas novidades. Tocou todos os hits e muitas canções do disco mais recente. Mais conciso do que o de 2005, o show não conta com dançarinos ou trocas de roupa. A musa do punk rock cor-de-rosa usa calça, camisa e casaco de moleton. Tudo à venda nos estandes do show.

Musa teen

Considerada por muitos como roqueira e já apontada como representante do punk, Avril Lavigne é mesmo pop. Já vendeu mais de 30 milhões de discos ao redor do mundo. No Brasil, entre os artistas internacionais, ocupa a 25ª posição de mais vendidos, de acordo com a Associação Brasileira de Produtores de Discos: 500 mil cópias, desde 2002. Ídolo teen, Avril toca em rádios pop jovem e tem mais de 1,3 milhão de seguidores no Twitter. Foi descoberta em 2001, por um produtor musical, durante uma feira de exposição de gado em seu país. O primeiro sucesso mundial, de 2002, foi a faixa Complicated, com letra em que mandava um cara relaxar em vez de complicar. Atualmente seu sucesso é Alice, trilha do longa Alice no país das maravilhas, de Tim Burton.