Jornal Estado de Minas

Belo Horizonte fica fora das 10 capitais com maior número de casos de hepatite

Belo Horizonte aparece na 16ª posição no ranking das capitais brasileiras com maior números de casos de hepatite registrados em 10 anos. Segundo o estudo divulgado pelo Ministério da Saúde, nessa quinta-feira, a capital mineira registrou, entre 2000 e 2010, 798 casos da doença dos tipos A,B e C.



Os dados nacionais são preocupantes. Em 2000, foram constatadas 340 mortes por hepatite C, contra 1.932, em 2010, um acréscimo superior a 460%. Dos mais de 14 mil óbitos causados por esse tipo da doença nos últimos dez anos, quase 60% ocorreram na Região Sudeste, o equivalente a 8.672 registros. Os homens são a maioria das vítimas.

Na Região Sudeste, Belo Horizonte só ganha de Vitória, a capital do Espírito Santo, em número de casos registrados. São Paulo, com 3. 718 casos, e Rio de Janeiro, com 2.092, encabeçam a lista.

Números altos

Em uma década, as hepatites virais mataram mais de 20 mil pessoas no Brasil. De 2000 a 2010, foram registradas 20.771 mortes causadas diretamente pelos cinco tipos de hepatite (A,B,C,D e E). Mais de 70% delas foram provocadas pela hepatite tipo C, a mais agressiva, o equivalente a 14.873 mortes.

A transmissão ocorre pelo contato com sangue ou secreções contaminadas pelo vírus, por exemplo, durante a relação sexual sem o uso de preservativos e objetos cortantes, como alicate de unha e equipamentos usados em tatuagem e piercing.



De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, apesar dos altos números, a prevalência da doença é considerada de baixa a intermediária no Brasil em comparação com outros países.

Para conter o avanço da doença, o governo federal mudou as regras para o tratamento da doença na rede pública, o que permite o prolongamento da terapia. A partir de agosto, serão disponibilizados testes rápidos, com capacidade de diagnosticar a hepatite em 30 minutos. Atualmente, o resultado demora cerca de 15 dias.

Em 2011, a vacina contra a hepatite B foi ampliada para jovens com até 24 anos. No ano que vem, a faixa etária passará para até 29 anos. O ministro alertou que a população deve começar a prevenir a doença dentro de casa, evitar o uso comum de objetos, como lâmina de barbear ou alicate de unha.

“Estudos detalhados da presença da hepatite C em pequenas comunidade mostram alta concentração em membros de uma mesma família, com faixas etárias diferentes. Isso sinaliza a possibilidade de que a transmissão ocorreu dentro de casa com o uso de utensílios e materiais. O pai que ensina o filho a fazer a barba com a mesma lâmina de barbear ou a mãe e filha usam o mesmo alicate”, disse o ministro.