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Estado de Minas

Decreto protege prédio do Lapa Multishow


postado em 23/07/2011 06:00 / atualizado em 23/07/2011 08:09

O imóvel onde funcionava a casa de espetáculos Lapa Multshow, no Bairro Santa Efigênia, fechada desde do dia 10, foi declarado como de utilidade pública – para fins de desapropriação –, pelo prefeito Marcio Lacerda. O Decreto 14.498, com a decisão, foi publicado na edição dessa sexta-feira do Diário Oficial do Município (DOM). Mesmo com fachada e volumetria já tombadas, o proprietário, que solicitara ao inquilino a devolução do espaço com o intuito de vendê-lo, havia iniciado o processo de demolição. De acordo com produtores culturais que tiveram acesso ao Lapa, palco e balcão foram parcialmente destruídos.

Projetado pelo arquiteto italiano Rafaello Berti, o antigo Cine-Theatro Santa Efigênia sediou por 14 anos a casa de shows administrada por Guilardo Veloso. O empresário pagava R$ 8 mil mensais de aluguel, valor que o dono pretendia aumentar para entre R$ 20 mil e R$ 30 mil. “Ofereci R$ 14 mil, mas ele não aceitou”, revelou Guilardo, que devolveu o imóvel. Depois do tombamento, o proprietário tentou transformar o antigo cinema em estacionamento. Artistas e comunidade se mobilizaram, reivindicando a desapropriação.

O compositor Makely Ka, presidente da Cooperativa da Música de Minas Gerais, considerou o decreto do prefeito uma vitória, mas ponderou que a decisão, por enquanto, é “um indicativo de desapropriação”. O processo envolvendo a questão é longo e depende de pareceres técnicos, ponderou. O Fórum da Música, entidade que reúne artistas da capital, propôs à prefeitura que o espaço seja utilizado para finalidades culturais, mas seguindo parâmetros sociais e educacionais. Ele poderia ser autosustentável, administrado por gestão compartilhada entre poder público e sociedade civil, afirma Makely Ka.

“A primeira etapa do processo foi vencida. A outra é a definição do que será feito do Lapa. Ainda não podemos dizer que a questão está resolvida”, ressaltou Makely, integrante do Fórum da Música.

Nos últimos meses, a manutenção do espaço cultural foi alvo de campanha na internet. Mobilizou, sobretudo, artistas da cena independente da capital. Há algum tempo, a iniciativa da comunidade salvou da demolição outro patrimônio cultural de BH, o Cine Santa Tereza.


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