Jornal Estado de Minas

Escola de Engenharia da UFMG foca na modernização dos cursos

Geórgea Choucair
Câmpus na Pampulha: ideia é ultrapassar paredes das salas de aula e desenvolver projetos para o bem-estar da população - Foto: Euler Junior/EM/D.A Press

Ensino focado em projetosEssa é uma das metas de readequação pedagógica da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para os próximos anosA escola, que completou um século de história em 21 de maio, quer ampliar a presença de seus projetos de tecnologia e inovação no mercado e fazer um ensino mais focado nas habilidades dos alunos

“Queremos evitar que nossos projetos fiquem guardados nas prateleiras e virem museuDesenvolvemos importantes tecnologias que podem ajudar no bem-estar da população, mas é preciso transferir esse conhecimento”, afirma Benjamim Rodrigues de Menezes, diretor da Escola de EngenhariaOs departamentos da escola são equipados com modernos laboratórios e desenvolvem atualmente mais de 60 linhas de pesquisa, que recebem suporte das principais agências de fomento nacionais e internacionaisA escola tem hoje cerca de 350 projetos de extensão em desenvolvimento no Centro de Extensão (Cenex)

Os projetos desenvolvidos dentro da escola por alunos e professores são feitos em parceria com empresas dos mais diversos segmentos, como Cemig, Petrobras, BHTrans, laboratórios médicos, indústrias de calçados, automotivas, mineradoras, siderúrgicas e construtoras“Um dos nossos desafios é transformar o conhecimento em riquezaQueremos diagnosticar quais são os projetos potenciais que podem ser viabilizados como produto ou empresa”, ressalta Menezes

Dentro da comemoração do centenário da escola, vale destacar o seminário que vai discutir o engenheiro do futuro, previsto para acontecer em 25 de agosto
A escola vai trazer dois diretores de faculdades de engenharia dos Estados Unidos que implementaram uma forma inovadora de ensinar a profissão através de projetosUm deles é Richard Miller, da escola Franklin WOlin College, em Needham (Massachusetts-EUA)A escola, que conta com cerca de 400 alunos de graduação, tem uma estrutura diferente da tradicional nos projetos de formação dos engenheiros“Desde o início do curso a escola trabalha com os alunos a orientação para projetosEla treina a capacidade dos estudantes de resolver problemasÉ isso que o engenheiro precisa”, afirma Alessandro Fernandes Moreira, vice-diretor da Escola de Engenharia da UFMG
Essa forma de ensino, na avaliação de Moreira, leva os alunos a se sentirem mais motivados, pois desde cedo têm contato com os problemas gerais da engenharia“Mas aulas de matemática e física são mais difíceis de trabalhar dessa forma, pois são teóricas e não têm conexão clara com os problemas reais da engenharia”, observa o vice-diretor

Outro palestrante que fará parte do seminário das comemorações do centenário é David Goldberg, diretor do Ifoundry, em Urbana-Champaign (Illinois-EUA)
O instituto pratica modelo semelhante ao de Olin, mas em uma universidade maior“A maior dificuldade de ter um modelo semelhante na UFMG é pelo fato de termos uma escola mais consolidada e com mais alunos, são quase 7 mil estudantes”, observa MoreiraEle afirma que a meta da direção da escola é criar um ambiente que aponte para a evolução da formação do engenheiro, agregando inovação tecnológica e empreendedorismo