Esses celeiros de ideias respondem pelo nome de incubadoras de empresasElas movimentaram no ano passado R$ 124 milhões, criaram 1.726 novos produtos e serviços inovadores e geraram 9.685 empregos, segundo o Sistema Mineiro de Inovação, ligado à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Simi/Sectes).
Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a referência é a Inova, que apoia iniciativas de todas as áreas do conhecimento e já graduou mais de 60 empresas e projetos desde a sua fundação, em 1996Na iniciativa privada, a Habitat se destaca em negócios de biotecnologia e biociênciasCriada por convênio entre a Fundação Biominas, o governo estadual, a prefeitura e a UFMG, a incubadora dá suporte hoje a 20 empresas residentes.
Uma das mais promissoras é a Edetec Indústria Alimentícia, que já registrou até patentes na área de produção de alimentos para nutrição clínicaDo soro do leite, normalmente jogado no lixo pelos laticínios, um grupo de pesquisadores da empresa consegue extrair proteínas e transformá-las em rico pó usado na dieta de pacientes em hospitaisA tecnologia nasceu nos laboratórios da Escola de Farmácia da UFMG, recebeu investimentos do Fundo Criatec do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e é um rentável negócio na Habitat“O trabalho era uma linha de pesquisa, para a qual desenvolvemos uma tecnologia especial, e agora temos patente no mercado
No laboratório ao lado, a inovação fica por conta da In Vitro Cells, que, desde 2009, faz análises de qualidade em cosméticosCremes e rímeis antes testados em coelhos agora são aplicados em células cultivadas ou em córneas de animais mortos para a indústria alimentíciaO cuidado para evitar cobaias rende às empresas com produtos aprovados pela In Vitro Cells um selo verde“Fazemos testes de segurança em cosméticos e o diferencial é a redução ou até a eliminação de animais em nossos experimentosAs pesquisas começaram no Instituto de Ciências Biológicas (ICB) e na Escola de Farmácia da UFMG e hoje temos seis funcionários na empresa incubada na Habitat”, conta a diretora financeira Ana Cristina Amâncio.
Em modernos microscópios e equipamentos de última geração, pesquisadores do Centro de Pesquisa em Biotecnologia (Cebio) trabalham pela saúde públicaReferência na prestação de serviços para a indústria farmacêutica, a empresa faz testes de absorção de medicamentos, uma das exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para autorizar a venda dos produtos“Nosso trabalho é importante para a produção de genéricos e similares, pois analisamos se os medicamentos são tão seguros e eficazes quanto os de patente original”, afirma o coordenador do laboratório analítico da Cebio, Thales Ribeiro Cardoso.
Foi a competência regional que ajudou a capital a fortalecer esse caminho pela busca de mais investimentos em empresas tecnológicasSegundo Fabrício Martins, gestor de parcerias do Simi/Sectes, o movimento teve início na UFMG, principalmente pelo fato de a universidade ser excelência em diversos cursos de pós-graduação“O que houve foi que as experiências transbordaram da universidade para a sociedade, para o mercadoEram professores e recém-formados que queriam investir em empresas para dar continuidade a pesquisas e projetos
Integração
Em terreno de 9 mil metros quadrados no Bairro Horto, a Habitat/Biominas vai integrar o novo projeto da Cidade da Ciência e dar ainda mais visibilidade e criatividade produzida em seus laboratórios“Vejo com ótimos olhos a iniciativa, que vai ajudar a consolidar BH e Minas como importante polo de biotecnologiaA interação vai trazer facilidades para que as inovações e os produtos se transformem em melhorias de saúde e vida da sociedade”, explica o presidente da Biominas, Eduardo Emrich.
A região é privilegiada: na Avenida José Cândido da Silveira passam 13 linhas de ônibus, há duas estações do metrô, ela tem saída para Sabará e está ao lado da Linha Verde