Jornal Estado de Minas

Passageiros correm riscos a bordo de vans clandestinas

Ernesto Braga
Além de estarem sujeitos a não chegar ao fim da viagem, por causa da possibilidade de apreensão dos veículos, os passageiros do transporte clandestino correm outros riscos
“A manutenção não é feita regularmente e muitas vezes os motoristas nem têm carteira de habilitação na categoria adequada para conduzi-losNão há nenhuma segurança para os passageiros”, ressalta Carlos Cateb, referência da seção mineira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG) para assuntos de trânsito.

A cabo Tatiana Nogueira, do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, faz parte da Unidade Integrada de Trânsito, formada em parceria com a BHTrans e o DER-MGEla destaca que a maioria dos veículos usados para transporte clandestino tem péssimo estado de conservação“Os pneus são carecas e alguns equipamentos obrigatórios, como extintores de incêndio, estão vaziosIsso potencializa o risco de acidentes e a consequência deles”, afirmouOs problemas foram detectados na van abordada na semana passada, no Barro Preto, Centro-Sul de BH, dirigida por Denis Rosa da Costa.

A delegada Rafaela Gigliotti, do Detran-MG, ressalta que as pessoas que usam o transporte clandestino podem não ser amparadas pelo seguro obrigatório em casos de acidentes“Existem órgãos para avaliar os veículos, analisar se eles têm condições de trafegabilidade, de segurançaSe os perueiros se eximem de se submeter a essa avaliação, é porque não querem atender aos requisitos legaisO passageiro não deve usar esse tipo de transporte”, alerta.

Para Cateb, a fiscalização sobre os perueiros é ineficiente em Minas“Há muita propaganda, mas, na prática, ninguém vê a atuação dos fiscais para barrar o transporte ilegal de passageiros
A fiscalização é mais eficaz em carros de passeio e motos”, afirmouNa lista de veículos apreendidos pela BHTrans fazendo o transporte clandestino de pessoas há muitos de passeioMorador do Bairro São Pedro, em Esmeraldas, na Grande BH, o guarda municipal da capital Cesarnael Pantaleão Moura, de 35 anos, prefere não arriscar a vida viajando com perueiros“A gente nunca sabe se os motoristas da van são capacitados para isso e eles sempre dirigem falando ao telefone celular.”