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Estado de Minas

Religiosas do Mosteiro de Macaúbas vivem um cotidiano de fé e isolamento


postado em 22/05/2011 07:54

No dia a dia, as 15 religiosas do Mosteiro de Macaúbas, com idade entre 44 e 91 anos, se levantam quando ainda está escuro e fazem as primeiras orações às 5h30 – durante o dia, serão ainda seis ofícios, incluindo missa diária, às 7h. “Se fosse para fazer tudo de novo, eu faria”, conta a madre , que está há 56 anos no Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas, nome completo da casa de recolhimento, e tem uma irmã, Maria Auxiliadora, de 76, que completa 50 anos de vida monástica em outubro. A comunidade vive da produção dos famosos vinhos de rosas, de uva e de jabuticaba, de doces e de licores, do arrendamento de uma fazenda e da aposentadoria das religiosas. A Ordem da Imaculada Conceição foi fundada na Espanha por Santa Beatriz da Silva e Menezes (1437-1492).

Por onde se caminha no convento de paredes de taipa de pilão – “terra socada, melado e estrume de gado”, conforme a abadessa –, com 6,5 mil metros quadrados de área construída e 106 cômodos, respira-se fé, conhece-se de perto o verdadeiro sentido da palavra devoção e mergulha-se num universo de história. Na sala de reuniões (capitular), chama atenção o gigantesco painel de Nossa Senhora da Conceição, feito em Lisboa, Portugal, em 1749, por Antonio Leoni.

A abadessa explica que a cela agora transformada em ateliê para recuperação da imagem de Nossa Senhora de Lourdes fica na Ala do Corredor do Serro, mandada construir pelo contratador de diamantes João Fernandes (1720-1779), que manteve durante mais de 15 anos união com Chica da Silva, falecida em 1732. Sete filhas da ex-escrava teriam estudado no convento, quando ele era colégio, e ela própria se hospedava no setor quando vinha de Diamantina.

Visita inédita

O Estado de Minas é o primeiro jornal a ter acesso às alas internas do Mosteiro de Macaúbas, graças a uma autorização especial da abadessa, por se tratar da divulgação de informações sobre o restauro de uma peça que poderá ser vista por toda a comunidade, durante as missas. As irmãs obedecem à chamada clausura papal, reconhecida na tradição católica como um dom de Deus, um carisma útil e necessário para o bem da Igreja e do mundo. As freiras não podem sair do convento, mas, se for de extrema necessidade, a abadessa pode autorizar licença de oito dias; o arcebispo da arquidiocese, por um prazo maior, desde que não superior a três meses, período que pode ser autorizado apenas pelo Vaticano.

O mosteiro foi idealizado por Félix da Costa, fiel que, depois da morte do pai, partiu de Penedo (hoje município do estado de Alagoas), subiu o Rio São Francisco e chegou ao local chamado Macaúbas, em território da recém-criada Vila de Nossa Senhora da Conceição de Sabará (1711). Grande devoto da Imaculada Conceição, Félix tinha o desejo de honrá-la com algo grandioso. Conta-se que ele teria tido uma visão, durante a viagem rumo a Minas, de um monge com hábito branco, escapulário, manto azul e um chapéu caído nas costas, vestes reconhecidas como sendo da Ordem da Imaculada Conceição. Teria sido essa a inspiração para a fundação do Recolhimento de Macaúbas.


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