De brigas entre estudantes a atos de vandalismo e pichações, os problemas se repetem, mas, segundo a prefeitura, a presença dos guardas municipais inibe a ação de alunos problemáticos. Atualmente, 85% das unidades de ensino, incluindo escolas e unidades infantis, contam com a presença de agentes e a expectativa da secretaria é de que, ainda este ano, com a formação de uma nova turma, praticamente toda a rede conte com o apoio semelhante aos das unidades de saúde.
Para avaliar a média de crimes na cidade, a secretaria usa uma avaliação própria: o número total de ocorrências é dividido pelo número de meses e pelo número de escolas. “Qualquer evento nos preocupa muito. Para um pesquisador, o número pode ser baixo, mas para nós, gestores, se tiver um evento, é preciso zerar”, avalia o secretário municipal de Segurança Patrimonial e Urbana, Genedempsey Bicalho. A incidência maior é de crimes contra o patrimônio, que representam 62% das 405 ocorrências. O restante é anotado como crimes contra a pessoa.
Para contribuir na redução da violência, a PBH traçou como meta estrutural a instalação de câmeras em 170 unidades de ensino e de saúde até 2012, último ano de mandato do prefeito Marcio Lacerda (PSB). Mas, por enquanto, somente 12 contam com o equipamento de videomonitoramento, segundo o site BH Metas e Resultados. “Trabalhamos na prevenção em parceria com a Secretaria Municipal de Educação”, afirma Bicalho.
Outra medida, aprovada na Câmara Municipal, prevê a instalação de detectores de metal nas escolas. A medida foi bastante discutida depois de o jovem Wellington Meneses ter assassinado 12 estudantes de uma escola do Bairro Realengo, no Rio. A expectativa é que, a partir da instalação do equipamento, se possa coibir a entrada de pessoas armadas.
Na semana que vem chega às mãos do prefeito o projeto de lei que prevê a instalação de portais de detectores de metais nas escolas da rede pública municipal com mais de 500 alunos por turno. O prefeito terá 15 dias para sancionar ou vetar o projeto. Após publicação, a lei prevê prazo de 180 dias para que as escolas adotem a medida.
Controle
O Comando-Geral da Polícia Militar revelou esta semana que, das 4.335 ocorrências em dois anos em escolas mineiras, 73% se concentram em instituições de 24 cidades, como Belo Horizonte, Contagem, Ribeirão das Neves, na Grande BH; Juiz de Fora, na Zona da Mata; e Uberlândia e Uberaba, no Triângulo Mineiro. Segundo a chefe de gabinete da Secretaria de Estado de Educação, Maria Sueli de Oliveira Pires, nos últimos meses tem havido mais casos de atos violentos nas instituições. “É um problema que está tanto na rede pública quanto na privada. Um grupo de trabalho, em conjunto com órgãos policiais e o Corpo de Bombeiros, além de secretarias, como a de Defesa Social, tem monitorado esses casos, a fim de fazer um raio X da situação . A partir desse monitoramento, podemos agir com mais intensidade nas ações já existentes”, conta.
Segundo Ismayr Sérgio Cláudio, coordenador de projeto Sustentador de Expansão da Escola Integrada, da Secretaria Municipal de Educação, na capital a situação está tranquila. “Em 2010, foi uma média de uma ocorrência por mês no universo de 240 escolas. No ano passado, foram localizadas seis armas brancas e três de fogo”, afirma.