Jornal Estado de Minas

BH é referência em saúde mental


Apesar de Belo Horizonte ser considerada referência em tratamento de saúde mental do país, ainda há desafios que precisam ser enfrentados na rede pública. Um deles, reconhece a própria Secretaria Municipal de Saúde é a ampliação do Centro de Referência em Saúde Mental (Cersam) para dependentes de álcool e drogas. O município conta com apenas um centro, onde não há leitos noturnos. Embora o déficit preocupe, para as autoridades de saúde da capital há muitas evoluções a comemorar na área. Nesta quarta-feira, Dia Nacional de Luta Antimanicomial, um desfile na região central vai reunir usuários dos serviços públicos, parentes, profissionais de saúde, simpatizantes e ativistas da causa para relembrar os direitos dos cidadãos em sofrimento mental.



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A festa começa às 14h30, na Praça Sete, liderada pela escola de samba Liberdade Ainda que Tam-Tam. Em sua 15ª edição, o desfile é organizado pelo Fórum Mineiro de Saúde Mental e pela Associação dos Usuários dos Serviços de Saúde Mental de Minas Gerais. Em 2010, cerca de 3 mil pessoas participaram do evento.

“Temos muito o que comemorar”, garante a coordenadora de Saúde Mental da SMSA, Rosimeire Silva. “BH é a cidade que mais avançou na área. Em 1993, a cidade aceitou o desafio de implantar uma política antimanicomial, em que os hospitais psiquiátricos fossem fechados e serviços substitutivos fossem implantados. Tínhamos 2,2 mil leitos psiquiátricos”, destaca, apontando que atualmente são nove Cersams, um serviço de urgência psiaquiátrica noturno, nove centros de convivência e 23 residênciais terapêuticas com quase 200 moradores, em um setor que recebe investimento de R$ 20 milhões/ano. “Restaram três unidades: os hospitais Galba Veloso e Raul Soares e a Clínica Serra Verde, que é conveniada ao SUS de BH. Nossa expectativa é desinstitucionlizar a clínica, onde há 240 usuários internados”, revela.