O autor do projeto, vereador Cabo Julio (PMDB) justifica o projeto de lei considerando o aumento da violência nas escolas públicas com atos praticados por “jovens delinquentes e pessoas ligadas à contravenção”Considerando que essas pessoas tem ligação com o tráfico de drogas e armas, o vereador afiram que “torna-se imperioso e urgente coibir a entrada de armas nos centros de ensino e para tal é importante dotar as escolas de equipamentos modernos e eficazes na prevenção de entrada de armas"
Segundo o texto do projeto, a entrada de qualquer pessoa nas escolas ficará condicionada à passagem pelo detectorCaso seja identificada alguma irregularidade, deverá ser feita uma inspeção nos pertences da pessoaSe a lei for sancionada, as escolas terão 180 dias para instalar os equipamentos
Neste ano em BH foram registradas apreensões de armas em escolasNo dia 17 de março um garoto de 14 anos levou um revólver do pai, que é militar, para a sala de aulaDepois de desentender com um colega ele sacou a arma e, num momento de descuido, aconteceu o disparo
A ameaça das armas ao ambiente escolar preocupa o poder público“Muitos professores têm sido reféns da violência dentro das escolasProfessores são ameaçadas dentro da escolaO número de armas apreendidas pela PM e Guarda Municipal cresceOs detectores serão instalados em grandes escolas, onde há possibilidade de brigas de gangues
Quando questionado sobre o incômodo que o detector de metal pode trazer aos alunos, o vereador afirma que é uma questão de cultura“Detector é comum, não é para constranger, é para que as pessoas não tentem entrar com armasNa assembleia, na câmara e nos banco existem detectoresAos poucos as pessoas vão se acostumando e se conscientizando que o detector é para proteger.”, conclui o parlamentar
O pesquisador do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública da UFMG (Crisp), Robson Sávio, afirma que a legislação pode representar um excesso de punição às questões de violência nas escolas“Eu não tenho conhecimento totalmente da lei, mas temo pelo excesso de judicialização nesses casosA minha ressalva em relação à legislação é que incentivemos uma cultura muito punitiva”, afirma
Ainda segundo Robson Sávio, os problemas de violência nas escolas podem ter outras soluções alternativas à lei“Existem soluções mais simples, como educação e cidadania ou práticas pedagógicasElas são mais democráticas e ficam segundo planoVamos punir e aquilo que é tão simples, a busca de soluções pedagógicas que podem diminuir a violência ou bullyingEu acho que a legislação mostra a preocupação do poder público com a violência, mas tem esse lado perverso da que lei pune", conclui