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Estado de Minas

Enfermeiros ajudam nos partos normais


postado em 08/05/2011 07:34 / atualizado em 08/05/2011 08:48

Diante da ameaça de extinção da profissão de obstetra, cresce em Minas o número de enfermeiros especializados na atividade. Eles já atuam no SUS e são maioria no quadro das maternidades dos hospitais públicos. No Hospital Sofia Feldman, na Região Norte de BH, onde nasce um terço dos bebês da capital, são cinco enfermeiros em plantões de 12 horas. “Eles não substituem os médicos, mas acompanham os partos e, em caso de emergência, os ginecologistas obstetras são chamados. Essa presença tem contribuído para garantir a assistência”, afirma o coordenador da linha perinatal do Sofia Feldman, João Batista Marinho. Ele conta que o quadro de ginecologista obstetra nem sempre está completo na maternidade. “Anunciamos até em jornais, mas são poucos os que aparecem.”

Segundo a presidente da Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras (Abenfo), Denise Kattah, o momento é de auge da profissão. “Em 2008, tínhamos no estado 300 enfermeiros obstetras, hoje temos o dobro”, afirma, ressaltando que não tem havido substituição dos médicos. “São pessoas que estudaram cinco anos de enfermagem e fizeram pós-graduação de até dois anos. Eles ajudam no parto normal, com cuidado e atenção à paciente. É uma visão humanizada”, salienta.

Mas a classe médica já está preocupada com a situação. “Não é uma opção à população, mas uma imposição. Tem aumentado o número de partos com complicações e um enfermeiro não tem capacitação para resolver um problema como esse. Os médicos estudam nove anos para isso”, afirma Antônio Fernandes Lages, coordenador do Programa de Residência Médica da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), membro da Comissão Estadual de Residência Médica e professor da Faculdade de Ciências Médicas.

Para a diretora-adjunta de Defesa do Exercício Profissional da Associação Médica de Minas Gerais, Cristiana Fonseca Beaumord, o enfermeiro deve trabalhar dentro de uma equipe multidisciplinar. “Ele não deve assumir sozinho um parto, pois é imprevisível. Ainda que haja um médico de plantão, ele pode não estar perto quando houver algum problema no procedimento. Em países de primeiro mundo isso tem sido comum, a realidade deles é outra. Os enfermeiros vão em casa, fazem o parto e há uma ambulância na porta por precaução, sem contar que os hospitais são avisados e não há um trânsito caótico como aqui.”

As pacientes do Sofia Feldman estão satisfeitas. Aos 24 anos, Renata Carla Mendonça deu à luz pela terceira vez, na semana passada. Como não conseguiu vaga na Maternidade Odete Valadares, foi assistida no Sofia por uma enfermeira obstetra. “Foi bem melhor. Os médicos não tiveram em meus outros partos o mesmo carinho e atenção que ela teve comigo. Ela ficou o tempo todo ao meu lado”, disse. Segundo Kelly Cristina Almeida, enfermeira que acompanhou o parto de Renata, cada um na maternidade tem o seu papel. “Estamos capacitados para isso e temos que pensar no bem-estar da mulher.”

 


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