Jornal Estado de Minas

Mesmo com impedimento da Justiça, Marcha da Maconha reúne dezenas de pessoas em BH

Landercy Hemerson
Defensores da legalização da maconha voltaram às ruas pela discriminalização da droga - Foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press


Cinco manifestantes que participavam da Marcha da Maconha em Belo Horizonte foram detidos, por desobediência à ordem judicialDe acordo com a polícia, eles teriam se negado a entregar faixas e cartazes com mensagens alusivas à legalização e descriminalização da drogaUma determinação da Justiça impedia a realização do ato na capital, que neste sábado reuniu cerca de 150 pessoas, a maioria jovensNo Rio de Janeiro, a marcha contou com 500 participantes que fizeram caminhada pela orla da Zona Sul da cidadeEntre o grupo, estava o líder da banda Detonautas, Tico Santa Cruz.

De acordo com o tenente-coronel Alex Souza, comandante do Batalhão de Eventos, uma ordem judicial impedia a realização da marcha em BH, por considerá-la uma apologia ao uso da droga“Em cumprimento à determinação, recolhemos faixas, cartazes, megafones e outros materiais que seriam usados no eventoAlguns integrantes do grupo que se concentrava na Praça da Estação desobedeceram à ordem da Justiça e foram detidos e levados à Delegacia Adida ao Juizado Especial Criminal (Deajec).

Sem faixas e cartazes, e também o carro de som, por volta das 16h30 o grupo seguiu em passeata para a Praça da Liberdade, entoando palavras de ordem pela legalização e descriminalização da maconhaNo local fizeram nova concentração, antes de retornarem ao ponto de partida, no começo da noiteMuitos vestiam camisetas com mensagens favoráveis à droga
A Marcha da Maconha, prevista para acontecer neste sábado em 17 municípios brasileiros, teve início há nove anosO movimento propõe o diálogo com a sociedade e defende a legalização e a descriminalização da droga
Os defensores acreditam que a regulamentação da produção, venda e consumo da droga iria reduzir a violência gerada pelo tráfico e que o dinheiro arrecadado com impostos poderia ser revertido em políticas públicas

Para os organizadores, a atual política de combate às drogas é cara e ineficiente, pois não consegue combater o crime organizado''A gente tenta alertar a sociedade em geral, os políticos e a mídia a fazer um debate sobre isso, porque do jeito que está, não estão tendo resultados e vem gerando gastos desnecessários'', afirmou Baden Dias, estudante de direito e um dos membros do coletivo Marcha da Maconha em Belo Horizonte.