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Estado de Minas

Início da revitalização do IAPI é marcado por festa


07/05/2011 18:12 - atualizado 07/05/2011 19:40

Moradoras do conjunto comentar a expectativa pela reforma
Moradoras do conjunto comentar a expectativa pela reforma (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)


Um dia histórico – e com prenúncio de muita cor – para um dos símbolos arquitetônicos de Belo Horizonte. Com três jatos d’água lançados sobre as paredes e vidraças do prédio 5, começou neste sábado, exatamente às 15h30, o projeto de revitalização do IAPI. Nascido na década de 1940, com o nome de Conjunto do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários, está localizado na Avenida Antônio Carlos, no Bairro São Cristóvão, na Região Noroeste da capital.

Neste domingo, em seguida à limpeza, as fachadas, que há três décadas não veem pincel e tinta, vão receber tons variando do ouro aos ferrosos, conforme contou o empresário Júlio Gomes, coordenador da empreitada em parceria com a prefeitura, iniciativa privada e comunidade local. O trabalho deverá durar um ano.

A tarde foi de festa no IAPI, que completou 64 anos no dia 1º e foi tombado pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural de BH, em 2007. Presente ao local, o prefeito Márcio Lacerda (PSB) destacou o conjunto habitacional de nove prédios e 928 apartamentos, onde vivem 5,4 mil pessoas, como o primeiro empreendimento contemplado pelo programa Adote um bem cultural, da Fundação Municipal de Cultura (FMC), criado para incentivar a restauração de prédios tombados. “Trata-se de um marco no processo de modernização da capital”, afirmou. A iniciativa envolve ainda a Tintas Coral, criadora do projeto Tudo de cor, já desenvolvido em outras cidades, construtoras e outros. A música do Grupo Arautos do gueto (percussão alternativa), com integrantes do Morro das Pedras e Paulo VI, elevou o clima de alegria na comunidade.

A mobilização em torno da reforma, que inclui a pintura das fachadas dos prédios, igreja, praça e quadra de esportes, entusiasma os moradores mais antigos. “O conjunto é um patrimônio da cidade. Está muito feio, mas vai ficar bom”, disse a professora aposentada Geslane Trindade Resende Said, de 65 anos, residente desde os 3 no local. A amiga Otília Teixeira, de 71, funcionária pública aposentada, faz um lembrete: “Só espero que ele não fique mais 30 anos sem pintura”. Também um dos primeiros residentes, Joubert Lins de Melo Franco, de 63, põe fé na obra. “Graças a Deus, a obra é um fato realizado”, afirmou. O presidente da Associação dos Moradores do Conjunto IAPI, Carlos Alberto Mendonça Júnior, lembrou que o conjunto é maior em número de moradores do que 162 municípios mineiros. “A obra vai elevar a nossa autoestima”, observou.

Modernidade

O conjunto IAPI foi construído pela Prefeitura de Belo Horizonte em parceria com o antigo Instituto dos Industriários. As obras foram iniciadas em 1944 e os prédios inaugurados em 1947, pelo então prefeito Juscelino Kubitschek (1902-1976) – logo depois do conjunto arquitetônico da Pampulha –, mas os moradores só receberam as moradias três anos depois. De acordo com os estudiosos, o conjunto acabou sendo consequência da principal obra do governo JK na capital. Na época, a prefeitura, iniciara a construção da Avenida Pampulha, hoje Antônio Carlos e, junto à abertura da via pública, JK vislumbrou a construção do conjunto, incorporando a verticalização de prédios à cidade para reduzir os problemas habitacionais. Foi, portanto, o primeiro empreendimento a usar blocos verticais na cidade, trazendo ainda novidades como as pontes entre os edifícios para permitir a circulação entre eles. O projeto é do arquiteto White Lírio Martins.


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