Jornal Estado de Minas

Professores

Prefeitura de Betim se reúne com famílias de alunos para explicar impasses na greve

Carolina Mansur
Depois de algumas tentativas para tentar dar fim à greve dos professores, que se arrasta há 40 dias na cidade, a prefeita de Betim, Maria do Carmo Lara (PT), decidiu fazer reuniões diretamente com os pais de alunos para falar sobre a paralisação
Os encontros serão feitos por regional, sendo quatro visitas na quinta-feira e outras quatro na sextaA convocação será feita hoje, mas a prefeita adiantou que a reunião começa pela Região do Alterosas.

Conforme dados da Prefeitura, cerca de 20% dos 5.500 professores estão paralisados, mas nenhuma escola está integralmente parada“Vamos explicar para os pais que a Prefeitura não está dando a reposição integral do salário porque nós temos limites com a Lei de Responsabilidade FiscalEm 2009, demos R$ 80 de abono, em 2010 demos a reposição da inflaçãoSou professora aposentada e a primeira pessoa a querer dar mais, mas temos limites que o governador do estado e todos os prefeitos têm que seguir”, afirmou Maria do CarmoO sindicato da categoria estima que 50% da rede esteja parada.

Anteontem, a prefeita, secretários e diretores do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (SindUTE), subsede Betim, se reuniram por mais de cinco horas na Prefeitura, para tentar entrar em um acordo e pôr fim à paralisaçãoSem um consenso, a Prefeitura decidiu que poderá contratar profissionais aprovados em concursos da educação para ocupar as vagas dos professores que não comparecem ao trabalhoOs servidores, no entanto, informaram que o fim da greve será discutido nesta quinta-feira, em assembleia que será realizada no estacionamento do Ginásio Poliesportivo Divino Ferreira Braga.

ESFORÇO
Após a reunião, a coordenadora do sindicato Beatriz Cerqueira, disse que ainda falta esforço das duas partes para que a greve acabeEla se refere aos pontos de negociações que a Prefeitura não se posiciona favorávelAinda assim, a categoria poderá bater o martelo sobre a continuidade ou não da paralisação nesta semana
Mesmo após o reajuste de 2% neste ano e 3% a partir de janeiro de 2012, os professores se recusam a voltar para a sala de aulaEles reivindicam que o aumento do ano que vem seja retroativo a dez meses de 2011, o que a Prefeitura não concorda em concederTambém pedem o fim das terceirizações, a vigoração do plano de carreira, segundo o sindicato, suspenso desde 2009, e autorização para a realização de cursos de aprimoramento profissionalNo início das negociações, os professores reivindicavam 23% de reajuste salarial.

A justificativa da Prefeitura é que a administração municipal sofreu perdas financeiras neste ano, como os R$ 51 milhões que deixou de receber por causa da Lei do ICMS Solidário e ainda por causa dos limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

SEM CORTES
De acordo com o secretário de Governo, Renato Siqueira, a administração municipal concordou em não cortar os dias não-trabalhados por causa da greve e prometeu elaborar um calendário para reposição das aulas junto com os professoresA Prefeitura, conforme Siqueira, vai fazer o pagamento integral das férias-prêmio de R$ 5 mil, para quem tem direitoQuem recebe acima deste valor, o pagamento será feito em duas parcelas, e não em três como era antesA Prefeitura também garantiu que as eleições para diretores das escolas serão disputadas exclusivamente por profissionais concursados.

Ontem, a reportagem tentou conversar com três representantes do SindUTE subsede Betim, mas nenhum deles atendeu as ligações.