O diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, criticou nessa sexta-feira o projeto de revitalização do Anel Rodoviário de Belo Horizonte elaborado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e aprovado pelo corpo técnico do próprio órgão
Segundo o diretor, o Anel Rodoviário entrou na pauta do órgão depois que a Fiemg doou o projeto executivo da obraEle reconheceu que os estudos foram analisados e aprovados por engenheiros do Dnit em Minas“Era uma ação que considero inexequívelO projeto que recebemos não atendia a necessidade do Anel”, diz
Segundo Pagot, não estava previsto no projeto original o entroncamento com a BR-040, o acesso à nova rodoviária, que será construída no Bairro São Gabriel, Região Nordeste da capital, além do acesso a vários bairros“Quatorze quilômetros de vias laterais não estavam previstos e o projeto incluiu um viaduto que não tinha alça”, completaA crítica do diretor apontou erros banais, como a troca da unidade de medida metro quadrado por metro cúbicoSequer a remoção de mais de 2 mil famílias que vivem às margens da via foi contemplada no projeto inicial
Em junho, o Tribunal de Contas da União (TCU) condenou o projeto executivo, indicando que havia “irregularidades graves” que poderiam causar até R$ 300 milhões de prejuízoO Dnit assumiu todo o processo e a licitação para contratação do projeto executivo da obra ainda não foi concluída“Na terça-feira, faremos uma das avaliações finais da questão do Anel RodoviárioVamos conferir notas topográficas, sondagens e colocar na praça a licitação da primeira etapaQueremos assinar os contratos em setembro”, afirmaA revitalização deve custar R$ 1,3 bilhão
Rodovia da morte
Sobre a BR-381, o diretor informou que os projetos básicos de dois lotes da rodovia, que compreendem o trecho entre Belo Horizonte e Nova Era, na Região Central, estão quase concluídos“Neste ano, teremos obras tanto no Anel Rodoviário como nos dois lotes da BR-381”, salientou
Pagot reconheceu algo que muitos especialistas já apontam: Atualmente, o problema não é a falta de dinheiro, mas a execução das obras“Hoje, com o dinheiro que temos disponível, não é possível termos uma rodovia suja, com buraco, sem sinalização