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Estado de Minas Estação resgata história

Museu retrata história ferroviária em Sarzedo

Prefeitura de Sarzedo, na Grande BH, inaugura neste sábado, Dia do Ferroviário, novo espaço cultural. Museu, cuja reforma foi iniciada em 2007, tem acervo de ferrovias e da mineração


29/04/2011 06:00 - atualizado 29/04/2011 06:20

Foram investidos R$ 3 milhões em trabalhos de recuperação da estrutura
Foram investidos R$ 3 milhões em trabalhos de recuperação da estrutura (foto: Fotos: WASHINGTON ALVES/DIVULGAÇÃO)

 

No Dia do Ferroviário, celebrado neste sábado, Sarzedo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, põe a arte nos trilhos, valoriza o patrimônio e preserva a memória. Com festa e muita música, será inaugurada, às 9h, a Estação Sarzedo – Plataforma de Cultura, que transformou um conjunto arquitetônico, no Centro da cidade, em museu que conta a história dos trens na região e sua estreita relação com a atividade minerária, transporte de cargas e de passageiros, meio ambiente e outros aspectos.

Segundo o secretário municipal de Planejamento, Jarbas Vieira Silva, a construção da Estação Sarzedo, agora sob administração da prefeitura, demandou três anos de obras: “É o único bem cultural do município de 26 mil habitantes e temos certeza de que será um espaço fundamental para democratizar o acesso à cultura e aos bens patrimoniais, criar um ambiente de informação e formação de público e fomentar o turismo”, diz. O novo complexo cultural é fruto da parceria entre prefeitura local e Vale, empresa que investiu R$ 3 milhões na recuperação das instalações, via lei federal Rouanet.

O museu, que ficará sob gestão do maestro de bandas e orquestra Joanir de Oliveira, ocupa a área da estação ferroviária, datada de 1909, que cresceu e se desenvolveu ao longo da linha do trem. Os silos remanescentes deram lugar ao “eixo” ou espaço que trata da mineração e da história mineral da região, onde o visitante poderá conhecer como a atividade é conduzida no país as etapas do processo mineral e outros. “Será possível acompanhar o funcionamento de uma mina por meio de uma grande maquete, construída especialmente para o espaço e pronta para mostrar, de forma didática, o caminho do minério desde a lavra até a saída do porto”, afirma Joanir, formado em música pela Universidade Federal de Minas Gerais, com especialização em regência e pós-graduando em gestão cultural.

O “eixo” conta com acervo de peças e documentos e uma sala de projeção, onde será apresentada instalação permanente do videoartista mineiro Éder Santos, que usou a estrutura local para dar vida ao dia a dia de uma mina. A antiga parede, da construção original do silo, foi transformada em tela “na qual pode ser visto e ouvido o trabalho dos caminhões e das escavadeiras, criando efeitos visuais e sonoros inusitados”, destaca Joanir Oliveira. O conjunto arquitetônico da estação de Sarzedo é formado pelo prédio da estação ferroviária, duas plataformas de embarque – uma de carga e outra de passageiros -, uma caixa d’água e um silo construído para armazenar e auxiliar o embarque do minério de ferro.

Restauro

Iniciada em 2007, com um ano de paralisação, a recuperação do complexo ferroviário envolveu o tombamento municipal do espaço, restauração e adaptação das estruturas, além da formação e reforma do acervo, doado pela Vale, pela extinta Rede Ferroviária Federal e pela população local, que participou ativamente do processo. Os moradores encaminharam grande parte das fotos e dos documentos expostos no espaço, além de conceder entrevistas e repassar informações históricas essenciais para a estruturação do espaço. A execução do projeto ficou a cargo do Instituto Artevisão e projeto museológico de Inês Coutinho.

No prédio da estação e nas plataformas de passageiros e cargas, está montada exposição relatando os aspectos da linha férrea e, principalmente, a interligação da ferrovia com a mineração. Assim como o silo, o prédio da estação é composto de três salas: a da Memória Ferroviária aborda o contexto histórico da ferrovia e as características da estação, destacando ferramentas de manutenção das locomotivas. Em outro espaço, os visitantes poderão explorar o tema em arquivos digitais e conhecerão alguns dos móveis e equipamentos usados no início das operações, como parafusos, chaves, mesas e até o armário do bilheteiro. A última sala resgata a memória operária da ferrovia. A terceira porção do projeto é a antiga casa do gerente da ferrovia. Encontrada em ruínas, foi transformada para receber a administração do museu, o setor de informações e um espaço para eventos e exposições temporárias. A casa abriga ainda uma sala de projeções. Na área externa, estão a praça da cultura, praça do cerrado – com 70 espécies típicas da região –, mirante e estacionamento.


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