(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas SEMANA SANTA

Tapetes prometem encantar os fiéis em Minas


postado em 24/04/2011 07:39 / atualizado em 24/04/2011 08:00

São João del-Rei - Durante todo o dia, os repiques dos sinos da Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar vão anunciar neste domingo de Páscoa o começo de um tempo de renovação e alegria. Passados 40 dias de recolhimento e reflexão, é hora de os fiéis festejarem a ressurreição de Jesus Cristo. Em todo o estado, a festa será celebrada com orações, alegria e tapetes de serragem pelas ruas. Na antiga São João del-Rei, no Campo das Vertentes, cidade que respira fé, a celebração teve início ainda ontem, na Vigília Pascal, noite em que católicos, com velas em mãos, permanecem vigilantes, em honra ao Senhor ressuscitado, como reza a tradição milenar.

A cerimônia ocorreu na catedral, que pela manhã também recebeu importante rito da semana santa, o Ofício de Trevas. Além de liturgia em memória da paixão e morte de Cristo, a cerimônia é um estímulo aos sentidos. Acompanhados pela tradicional Orquestra Ribeiro Bastos, com cerca de 60 integrantes, os coroinhas entoaram cantos gregorianos e composições dos séculos 18 e 19. Tudo isso num templo ricamente esculpido há mais de 200 anos, carregado de detalhes em ouro, com lustres imponentes e, desde 1949, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Com salmos e trechos bíblicos lidos integralmente em latim, o Ofício de Trevas, celebrado pelo bispo da Diocese de São João del-Rei, dom Célio de Oliveira Goulart, reafirmou elementos fortes da fé católica. Num grande candelabro triangular, disposto no altar, estavam 15 velas. "A cada salmo, uma vela é apagada, pois a glória de Jesus é apagada com seu sofrimento. A vela no alto do vértice é a única mantida acesa e simboliza a luz da ressurreição", explica o pároco da catedral, o padre Geraldo Magela da Silva.

Estrondo

Ao fim da cerimônia, fiéis batem os pés no chão, no momento conhecido como batimento de trevas, para mostrar o estrondo causado pela volta de Cristo à vida. "A Páscoa quer dizer passagem da morte para a vida. Esta festa alimenta nossa esperança para que possamos sonhar e ousar de acordo com o que Deus espera de nós", diz o padre. Há 30 anos, o fiel Roberto Vieira Campos, de 49 anos, não apenas comparece à celebração, mas dela participa intensamente. É dele a função de retirar Jesus crucificado do altar. "Carrego essa cruz há 30 anos. Para mim, é uma gratificação de fé."

Já a aposentada Maria da Glória das Mercês, de 82, vai ao ofício há mais de sete décadas, sempre levada pela tradição e pela crença. "A semana santa para mim é tudo." Ainda mais em São João del-Rei, na opinião do casal Maria Luiza e Fausto Bellotti, de 67 e 79 anos, respectivamente, que saiu de Campos dos Goitacazes (RJ) direto para as celebrações na cidade mineira. "Não tem lugar mais bonito. Isso tudo nos faz recordar dos mistérios da paixão e ver aquilo que precisamos mudar em nossas vidas", diz Maria Luiza, emocionada.

E justamente esse desejo de mudança levou milhares de pessoas durante toda a quaresma a se confessarem, no intuito de, hoje, domingo de Páscoa, darem início a uma nova vida. Em São João del-Rei, um mutirão de 18 padres foi formado para atender os fiéis. Os trabalhos terminaram ontem, em força-tarefa na Igreja Nossa Senhora do Rosário. Logo depois da confissão, as lágrimas no rosto de Ana Lúcia Mercês Silva, de 24, revelavam a proposta de renovação. "Este é um momento de reflexão, penso em tudo que fiz. Os conselhos que o padre me deu foram importantes e, agora, pretendo conseguir ser uma pessoa melhor."


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)