Jornal Estado de Minas

Polícia apura massacre a gatos da UFMG

Divisão Especializada de Proteção ao Meio Ambiente investiga a morte cruel de 14 felinos no câmpus da Pampulha, na capital. Degola de animais assustou estudantes e professores

Ana Clara Brant

Bichanos vivem na área da Fafich e se integraram à comunidade escolar - Foto: Cristina Horta/EM/D.A Press

 

Quase dois meses depois do registro da ocorrência na Divisão Especializada de Proteção ao Meio Ambiente, delegacia que investiga crimes ambientais, a Polícia Civil finalmente começou a apurar o misterioso caso dos 14 gatos mortos no câmpus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)Na segunda-feira, dois policiais estiveram na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich), onde os animais foram encontradosPorém, segundo a escrivã Juliana Martins, por enquanto não há nenhuma suspeita“Algumas pessoas já foram ouvidas, outras serão arroladas como testemunhasA falta de câmeras de vídeo no local prejudica um pouco as investigações, mas o caso está sendo apurado”, revelou a escrivã.

Segundo Mailce Mendes, subpresidente da Comissão de Controle de Zoonoses, encarregada do controle da população felina na área da Fafich, que registrou a ocorrência na delegacia no início de março, é a primeira vez que a Polícia Civil vai à UFMG apurar o caso“Eles solicitaram os contatos de algumas pessoas que poderiam auxiliar, como os porteiros, faxineiras e jardineiro, que ficam aqui no período das férias escolares e podem ter visto alguma coisa”, declarou.

Mailce também mostrou aos policiais alguns pontos onde foram encontrados os corpos dos animais, como os três filhotes degolados, que estavam no quarto andar do prédio da Fafich“Vamos ver se agora, finalmente, vamos descobrir o que houve.”

Degolados

Em janeiro e fevereiro, período de férias na universidade, 14 gatos foram mortos nas proximidades da FafichO estado de alguns corpos assustou a comunidade acadêmica Uns estavam decapitados, sem pele e outros tiveram a cabeça esmagadaA maioria dos felinos era filhotePoliciais civis, professores, estudantes e funcionários da UFMG ainda não têm ideia do que possa ter ocorrido, mas há várias especulações, entre elas a de que os bichanos foram mortos por outros animais, como gambás, ou por alguém que não tolerava a presença dos felinos.

Os gatos sempre marcaram presença na universidade, especialmente perto da Fafich, e acabaram se integrando à comunidade acadêmica e provocando, ao mesmo tempo, repulsa e carinho

Há oito anos, foi criada a Comissão de Controle de Zoonose, encarregada de monitorar a população felina na área da FafichDesde 2008, por meio de parcerias com ONGs, associações, petshops e clínicas veterinárias, a comissão encaminha os bichanos para adoçãoCerca de 150 já foram adotados e hoje cerca de 25 a 30 ainda vivem na faculdade.