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Estado de Minas

Incomodados com o calor, alunos do Estadual Central fazem manifestação


31/03/2011 22:34 - atualizado 31/03/2011 23:05

Alguns estudantes usaram roupas de banho para reclamar do calor na escola
Alguns estudantes usaram roupas de banho para reclamar do calor na escola (foto: Jair Amaral/EM/D.A.Press)
Cerca de 200 alunos do Colégio Estadual Governador Milton Campos, o Estadual Central, fizeram nesta quinta-feira uma manifestação bem-humorada na Rua Antônio de Albuquerque, no Bairro de Lourdes, na Região Centro-Sul de BH, para pedir melhorias no sistema de ventilação. O protesto chamou atenção para a necessidade de reforma do prédio tombado pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural, prometida pela Secretaria de Estado de Educação (SEE) para o segundo semestre.

Com faixas e cartazes, estudantes mais irreverentes foram em traje de banho para a manifestação. “Essa é a roupa mais adequada para ser usada nas salas de aula. Com tanto calor, não tem como prestar atenção, os meninos ficam impacientes. É muito abafado”, reclama Amanda Soares, de 16 anos, vestida de biquíni modelo cortininha. A presidente do grêmio estudantil, Júlia Raffo, de 16, critica as incoerências da instituição: “Somos considerados um dos colégios mais importantes do país e vivemos com esse calor enorme. A direção da escola fala que não tem como instalar ventilador porque o prédio é tombado, mas a sala dos professores tem o equipamento.”

Ex-aluno do colégio, o presidente da Associação Metropolitana dos Estudantes Secundaristas (Ames), Gladson Reis, afirma que a infiltração também está na lista de problemas. “Já protocolamos diversos pedidos para reforma da escola, mas não tivemos resposta”, afirma. O vice-diretor do Estadual Central, Jefferson Gonçalves Pimenta, pondera que faltam recursos para a compra de ventiladores e uma reforma maior depende de verba do estado. “Não temos dinheiro no orçamento para comprar ventiladores. Quantos às goteiras, o prédio está com problemas no telhado. O edifício realmente precisa de uma reforma, mas não está impossibilitado de ter aulas.”
 
RESTAURAÇÃO

De acordo com a Secretaria de Estado de Educação, esse cenário incômodo a 3,6 mil alunos está perto do fim. A previsão é de que no segundo semestre tenham início das obras de restauração do prédio assinado por Niemeyer e inaugurado em 1956. Segundo a pasta, o Departamento de Obras Públicas deu início, há duas semanas, a um levantamento para identificar as intervenções necessárias, e a circulação de ar será um dos pontos analisados. A secretaria não levantou o valor da obra, mas, apenas nesse estudo, serão investidos R$ 177 mil. A unidade sem tombamento, situada na Rua Felipe dos Santos, também em Lourdes, foi reformada no ano passado, mas não houve a instalação de ventiladores.

Em 2008, o Conselho Municipal do Patrimônio Cultural listou uma série de alterações que precisariam ser feitas no prédio tombado a fim de resgatar suas características originais. O relatório da prefeitura aponta a necessidade de reformar o piso e a estrutura do auditório, além de reforma de paredes, recuperação da entrada da Rua Antônio de Albuquerque e a retirada das pichações nos muros do Estadual Central.
 
CALOR SEM FIM

Mas, se depender da meteorologia, estudantes do Estadual Central vão ter de continuar tolerando as saunas de aula, pois a previsão é de temperaturas altas e pancadas de chuvas até o fim de semana em Belo Horizonte. Um suplício para a estudante Bruna de Oliveira, de 15: “Quando chove, o calor piora, pois temos de fechar as janelas.” Ontem, apesar do temporal à tarde, os termômetros alcançaram os 31 graus. A expectativa é de que a média dos próximos dias permaneça em torno dos 30 graus.

De acordo com o meteorologista do centro de climatologia TempoClima/PUC Minas, Heriberto do Anjos, a dobradinha calor e tempestade são decorrência da influência de um sistema de baixa pressão estacionado no Oceano Atlântico, na altura dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. “Essa influência, associada ao calor e à umidade, provoca chuvas em Minas Gerais, principalmente na Região Metropolitana, Zona da Mata, Leste e Sul”, conta.


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