Mineiro de Itabira, Carlos Drummond de Andrade foi cronista durante dois períodos – primeiro, em 1934, antes de se mudar com a família para o Rio de Janeiro (RJ), e depois, numa fase mais longa (1969-1984), ao publicar três crônicas semanaisSobre essas lembranças, registrou na crônica Um parente que faz 50 anos, publicada em março de 1978, no cinquentenário do jornal: “Foi um tempo bom para mim esse na redação da Avenida Afonso Pena, por cima da Casa Gagliardi, que me botava de novo no ambiente de que sempre gostei: o jornalSe fui funcionário público a vida inteira, a verdade é que meu gosto nunca teria sido mais do que jornalista, com prazer e honra”Em sua primeira crônica publicada no jornal, Conheço um paiz (sic), em 28 de outubro de 1934, Drummond já mostrava a sua preocupação com a natureza e os seus descaminhos.
Natural de Belo Horizonte, Fernando Sabino também marcou presença em diferentes épocasEm julho de 2001, quando retornou ao jornal publicando quinzenalmente crônicas no EM Cultura, confessou: ”Estou me sentindo como aquele escritor mocinho e serelepe, indo levar minha crônica na redação”O espaço, sempre às segundas-feiras, era dividido com Alcione Araújo – quando Sabino abandonou de vez o posto, em maio do ano seguinte, Araújo o assumiu integralmenteMuito antes dessa última e curta participação no jornal, Sabino escrevera para a coluna Dito e feito, publicada nas décadas de 1970 e 1980 no Caderno FemininoCom a sua
saída, a escritora Rachel de Queiroz (1910-2003) ocupou o espaço até abril de 2003.
Outro grande autor e jornalista mineiro que trabalhou no jornal, também em diferentes épocas, foi Roberto DrummondO destaque da sua primeira passagem, que durou 25 anos, foi a crônica esportiva, na coluna Bola na marca, assumida por ele em 1969
Em seus primeiros anos, o EM reuniu boa parte da geração de escritores que despontava nos anos 1930Um deles foi Rubem Braga, ainda sem completar 20 anos e que se firmara como cronista, no primeiros dos vários jornais em que trabalhouOutro nome de destaque foi Cyro dos Anjos, mineiro de Montes Claros, no Norte de MinasAntes de lançar a sua obra mais importante – O amanuense Belmiro –, em 1937, ele já escrevia no jornalPublicou suas crônicas de forma descontínua, embora sempre presente, até meados da década de 1950.