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Conjunto JK tem história rica e com estigmaEspaço rodoviário alternativo no Conjunto JK sofre com o descaso e infiltraçõesO conjunto passa por processo de tombamento pelo patrimônio histórico e cultural do município. Mas já se chegou ao consenso de que os prédios não serão tombados, como se propôs a princípio, mas apenas as áreas de uso coletivo e a fachada externa. A vizinha Praça Raul Soares já está protegida pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha) desde 2008 e, depois, foram tombados o entorno da praça e o eixo da Avenida Olegário Maciel, segundo o arquiteto e restaurador Carlos Henrique Bicalho, chefe do Departamento de Identificação e Documentação do Patrimônio Histórico do município.
“Trabalhamos com cronograma de prioridades e os prédios do conjunto JK não correm risco de descaraterização, estando inclusive sendo revitalizados”, explica o arquiteto. Os moradores até já estão isentos de IPTU: “Sempre estamos atendendo moradores menos informados que temem a desvalorização do patrimônio, mas mostramos as vantagens do tombamento”, afirma Carlos Bicalho.
Uma cidade vertical, como o JK, precisa de infraestrutura de grande porte. Os mais de 100 funcionários são treinados a lidar com pessoas de todas as idades com os mais diversos problemas, como dificuldades de locomoção, emocionais e de relacionamento. Uma brigada de incêndio faz plantão permanente 24 horas. A qualquer sinal de problemas, ela é chamada e aciona serviços de emergência. Ao menor sinal de alarme, todos os moradores dispõem de um manual de ações em casos de sinistros, falta de energia e paralisação de elevadores.
O porteiro Valdir Ribeiro trabalha há 20 anos no prédio e a supervisora Rogéria Márcia Vinci, há 16. Eles acham que muita coisa mudou em quatro décadas: “Sinto que há atenção especial às pessoas, o que facilita o relacionamento entre todos. Às vezes aparece algum problema, mas nada de maior gravidade”, afirma Valdir. Os funcionários fazem ronda constante em todos os andares, estão atentos aos apartamentos onde moram idosos desacompanhados e ao circuito interno de câmeras.
Revitalização
O condomínio é formado por dois prédios: o Bloco A, da Rua Timbiras, de 23 andares e 647 apartamentos, foi inaugurado em agosto de 1970. O Bloco B, na Rua Guajajaras, de 36 andares e 439 apartamentos, foi aberto em outubro do mesmo ano. Juntos, contam com área de lazer de 6.244m2, quatro quadras de peteca, quatro de futebol de salão, parque infantil e área para caminhada. São 17 elevadores, 10 no bloco A e sete no B. O conjunto tem 13 tipos de apartamentos, desde quarto e banho (que seriam quartos do hotel), com 30 m2, até duplex e moradias com 200m2 e três quartos, área de serviço e dependências. Hoje, abriga em torno de 5,5 mil moradores, população superior a mais de 200 municípios mineiros; 100 funcionários, entre os quais porteiros 24 horas; e sistema de vigilância eletrônica em todos os andares.
Na parte comercial são 74 lojas, um terminal turístico e delegacias das polícias Civil e Militar, além do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, boates, casa de shows, academias, agências de turismo, papelarias, restaurantes e lanchonetes, lavanderia e templo religioso.
Cidade com lei
1.086 apartamentos em dois prédios de 23 e 36 andares
5,5 mil moradores
6.244m2 de área de lazer com seis quadras, parque infantil e área para caminhada
17 elevadores, 10 no Bloco A e sete no B
13 tipos de apartamentos, de quarto e sala a duplex com 200m2
100 funcionários
74 lojas, boates, casa de shows, agências de turismo, papelarias, restaurantes, lanchonetes, lavanderia e igreja
Mirante com vista de 360 graus