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Estado de Minas

Empregado e policial aposentado são suspeitos por sumiço de empreiteiro em BH


postado em 10/03/2011 21:30 / atualizado em 11/03/2011 18:32

Sebastião Maximinio Santos, de 52 anos, está desaparecido há cinco semanas(foto: Reprodução/TV Alterosa)
Sebastião Maximinio Santos, de 52 anos, está desaparecido há cinco semanas (foto: Reprodução/TV Alterosa)
Uma trama macabra, em que um empregado é suspeito do sumiço de seu patrão, para se apossar de seus bens, está sob investigação por equipes da Delegacia Especializada de Localização de Pessoa Desaparecida. O pedreiro Adão Sílvio Santos, de 49 anos, é apontado como o principal envolvido no desaparecimento do empreiteiro Sebastião Maximinio Santos, de 52 anos. Ele está preso em flagrante por sequestro, mas na lista de suspeitos há também um delegado especial aposentado da Polícia Civil. O carro do policial foi apreendido para ser periciado, diante de possíveis vestígios de sangue encontrados no porta-malas.

De acordo com o chefe do Departamento de Investigação de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Édson Moreira, tudo sugere para um crime de sequestro, seguido de homicídio. “O empreiteiro foi visto pela última vez há cinco semanas. Na quinta-feira da semana passada o caso chegou à Delegacia de Desaparecidos, quando o pedreiro foi preso em flagrante. Em dois dias de investigação já temos indícios da prática do sequestro, por motivos econômicos, e do possível assassinato”, explicou.

O advogado Fábio Vieira, que representa a família de Sebastião Santos, esteve nesta quinta-feira no DHPP para acompanhar as apurações. De acordo com ele, um servente de pedreiro que trabalhava há vários anos com o empreiteiro foi que alertou para o sumiço de seu chefe. “O Chiquinho, que trabalha como servente, achou estranho que o Adão passou a lhe dar as ordens, já que o Sebastião sempre lhe dirigia pessoalmente. Ele ficou desconfiado e então procurou pelos parentes de seu patrão e falou de suas suspeitas”.

Ainda, de acordo com o advogado, ao procurarem pelo empreiteiro na casa dele, no Bairro Ana Lúcia, em Sabará, encontraram foi o pedreiro Adão Santos no local. Ele informou que tinha comprado o imóvel por R$ 350 mil. Os pertences do pedreiro e de suas família, como brinquedos de sua filha, já estacam na casa. As apurações então apontaram que Adão estava de posse de documentação adulterada para justificar a compra do imóvel e do veículo de Sebastião.

Segundo Fábio Vieira, foi confirmado também um saque de R$ 15 mil na conta do empreiteiro. Cartões de crédito e um talão de cheques de Sebastião teriam sido apreendidos com o acusado. O nome da mulher do pedreiro aparece nas apurações, devido uma transação envolvendo um cheque adulterado do empreiteiro. Os pertences da vítima foram retirados da casa dele no Ana Lúcia e também não foram encontrados num prédio em construção de sua propriedade no bairro vizinho Santa Inês, Leste da capital.

O delegado Édson Moreira confirmou que três veículos foram apreendidos para perícia. Um deles é de Sebastião, um de Adão Santos e o do policial aposentado, que seria conhecido do pedreiro. Todos estavam na casa do empreiteiro, para onde o Adão se mudou. O delegado aguarda extratos de uma conta da vítima no Banco do Brasil, para confirmar se no período de seu sumiço houve saques relevantes.

João Maximinio Santos, de 44, irmão do empreiteiro, disse nesta quinta-feira no Departamento de Investigações que seu Sebastião tinha saldo superior a R$ 500 mil em sua conta, porém, agora só resta R$ 12 mil. Ele disse que a um ano e meio não via seu irmão, mas o descreveu como uma pessoa expansiva e bastante responsável. João contou que Sebastião vivia sozinho, mas era pai de uma criança portadora de necessidades especiais, a qual dava toda assistência.

O delegado Moreira descartou a possibilidade de crime com motivações passionais. O chefe do DHPP evitou falar sobre os detalhes das apurações, mas deixou claro que o alvo seria a extorsão e apropriação de bens do empreiteiro, que atuava com a compra de terrenos em que construía prédios, além do comércio de veículos.

Édson Moreira não divulgou o nome do delegado suspeito, que trabalhou em Mateus Leme, na Grande BH, mas garantiu que se confirmada sua participação na trama, vai responder por seus atos sem qualquer privilégio. Moreira afirmou que o policial aposentado não havia sido localizado, apesar de informações de que ele prestava depoimento nesta quinta-feira na Delegacia de Desaparecidos.


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