Nem só axé, samba e funk animaram o carnaval de Belo Horizonte. Pelo quarto ano consecutivo, o reinado de Momo foi embalado também pelo som das violas, com espaço garantido numa das áreas mais nobres da cidade, a Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul. A mistura ritmada de folias, maracatus, cirandas, cateretês, calangos, catiras e muito arrasta-pé levou alegria de sobra nesta terça-feira gorda, último dia de festa.
O show Carnaviola, comandado pelos músicos Chico Lobo e Pereira da Viola, recebeu dezenas de pessoas na praça. A festa, com entrada gratuita, começou quando os violeiros subiram ao palco acompanhados de bateria, baixo, teclado, percussões, sanfona, violão e sopros.
Sucesso
O primeiro Carnavila foi comandado por dois dos mais ativos violeiros do cenário nacional, os mineiros Chico Lobo e Fernando Sodré. Juntos com uma grande banda, formada por renomados músicos de Minas Gerais, eles mostraram o lado festivo, o lado alegre da viola caipira, presente nas festas de mutirão, de colheita e em tantos folguedos espalhados pelo Brasil, valorizando a cultura da viola que é tão importante na formação musical de Minas e do Brasil.
A união desses dois violeiros com o Poeta Tadeu Martins iniciou-se no “Causos e Violas das Gerais”, e graças ao sucesso do projeto, eles se apresentaram em um grande show no Canecão, no Rio de Janeiro, que foi repetido no Grande Teatro do Palácio das Artes. Estes dois passos foram fundamentais para edificar a idéia do Carnaviola, de colocar o povo brasileiro para dançar ao som da viola caipira.
O sucesso do Carnaviola foi consolidado no carnaval de 2009, no dia 24 de fevereiro, marcando o encerramento do Carnaval de Belo Horizonte. Mais de 5.000 foliões invadiram novamente a Praça da Liberdade, para uma grande folia animada pelas violas de Chico Lobo e Pereira da Viola. O evento contou com grande cobertura da imprensa e recebeu manifestações de apoio vindas de Minas, Brasília Rio de Janeiro e São Paulo.
A partir de agora o Carnaviola, esta folia criada em Belo Horizonte, animará o povo de Minas Gerais e do Brasil. Um carnaval em ritmo de viola caipira, que a exemplo do axé da Bahia, vai embalar milhares de foliões durante todos os meses do ano, em carnavais temporões espalhados pelas cidades do Brasil.