Jornal Estado de Minas

Advogado de motorista pede perícia de tráfego no Anel Rodoviário

Cristiane Silva
O advogado Geraldo Washington Batista Júnior, que defende o motorista da carreta que provocou o acidente que matou cinco pessoas e deixou outras 12 feridas em janeiro, no Anel Rodoviário, informou que solicitou à Justiça uma perícia de tráfego na rodovia, que deve ser feita nos próximos dias. "Serão levantados todos os dados oficiais do Anel, onde, inclusive, já foi decretado estado de calamidade pública e nenhuma providência foi tomada. A perícia vai provar que o Anel não tem condição nenhuma de tráfego de veículos pesados", disse o defensor, que ainda contesta a informação de que o cliente dirigia em alta velocidade no momentodo acidente.
Leonardo Faria Hilário, de 24 anos, deixou na manhã desta sexta-feira o Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) no Bairro Lagoinha, Região Noroeste de Belo Horizonte, onde ficou recolhido por 31 dias. "Um lugar que ninguém quer ficar", disse o motorista, que vai responder ao processo em liberdade e pretende retornar segunda-feira ao Mato Grosso do Sul, sua terra natal. Ele disse ter conversado com a família apenas uma vez enquanto preso.

Geraldo Washington contestou novamente a informação divulgada pela Polícia Civil de que a carreta dirigida por Leonardo estivesse a 115km/h no momento do acidente. "O laudo constatou que o veículo dirigido pelo meu cliente perdeu os freios no início do Anel Rodoviário, que houve um superaquecimento por uso excessivo. Quando as câmeras flagraram a carreta em alta velocidade, ela já estava desgovernada. O laudo oficial também prova que não houve como calcular a velocidade na hora do acidente", disse o advogado. "Não é culpa do meu cliente. É um problema que acontece", acrescentou.

Na quarta-feira, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu habeas corpus para o motorista e a previsão era de que ele deixasse a prisão na quinta. No entanto, o desembargador Deodato não assinou o alvará para a soltura do motorista, somente ontem. O motorista já havia sido colocado em liberdade em 16 de fevereiro, depois que o juiz Guilherme Queiroz Lacerda concedeu a liberdade provisória. Mas, pouco mais de 24 horas depois, o desembargador Alberto Deodato revogou a decisão, por meio de uma liminar, e mandou Leonardo de volta à prisão.