Jornal Estado de Minas

Testemunhas afirmam que mortos no Aglomerado da Serra não estavam com fardas

João Henrique do Vale

Policiais chegam ao Departamento de Investigações com armas usada por PMs no dia das mortes - Foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A.Press 

Quatro testemunhas prestaram depoimento na manhã desta quarta-feira, no Departamento de Investigações, sobre as mortes de Renilson Veriano da Silva, que completaria 40 anos nessa segunda-feira, e de Jeferson Coelho da Silva, o Jefinho, de 17, no Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Nenhum dos ouvidos é testemunha ocular das mortes, mas se encontraram com as vítimas antes do crime. Elas disseram que nenhum deles estava fardado.

Um adolescente, de 17 anos, amigo de Jeferson, e uma menina de 12 anos, que estiveram com o rapaz assassinado na Praça Cardoso, dentro do aglomerado, pouco antes da morte dele, disseram que ele não estava com nenhuma farda e nem com mochila onde as roupas poderiam serem guardadas.

A mesma versão foi confirmada pela mãe da menina. Cleuza Vieira dos Santos esteve com Renilson num bar, e, segundo ela, não estava com fardas. O homem saiu do local alegando que entregaria convites de aniversário para alguns amigos. Ele completaria 40 anos dias depois da morte.

A Polícia Civil mandou buscar as quatro armas que estariam com os quatro policiais militares acusados de assassinar os jovens. O fuzil 556 e três pistolas calibre .40 foram levadas para o Departamento de Investigações.

Os promotores Rodrigo Filgueiras e Joaquim Miranda chegaram no início da tarde ao Departamento de Investigações. Eles devem acompanhar o depoimento de outras testemunhas durante a tarde. A polícia espera ouvir seis testemunhas nesta quarta-feira.