Abril de 1991
O garoto Ulisses Martins Lourenço, de 11 anos, brincava com outras crianças na Rua Desembargador Braúlio, no Bairro Vera Cruz, Região Leste de BH, quando uma viatura Rotam entrou na via em alta velocidade. Ulisses foi atingido em cheio. Moradores denunciaram que quatro policiais, de arma em punho, tentaram fazer com que testemunhas afirmassem que a viatura não havia se envolvido no acidente, mas estava no local para prestar socorro à vítima, que acabou morrendo. Atirando para o alto, os militares não permitiram que Ulisses fosse socorrido até que as testemunhas concordassem com a farsa.
Setembro de 1995
O lavador de carros Gilmar Soares Santos, de 24, foi executado na favela Vila Dias, no Bairro Santa Tereza, Região Leste da capital. Três policiais do Rotam afirmaram que Gilmar sacou uma garrucha calibre 22 e disparou contra os militares, que revidaram. Mas três testemunhas deram versão diferente para o crime, afirmando que o lavador foi friamente executado com quatro tiros pelos policiais. Elas afirmaram ter visto, por frestas das janelas, a vítima ser algemada e arrastada pelos becos da favela, mesmo pedindo clemência. Após levar o quarto tiro, Gilmar teve seu corpo jogado na viatura do Rotam.
Fevereiro de 1996
O menino Dalmo José dos Santos, o Quico, de 13 anos, foi executado com um tiro na cabeça por um cabo do Rotam na favela Morro do Papagaio, na Região Centro-Sul. Uma testemunha afirmou que uma bereta e sete papelotes de cocaína foram colocados na mochila do garoto pelo policial. A arma e a droga tinham sido apreendidas pouco antes com um traficante preso por sete militares do Rotam. O traficante foi liberado pelos policiais. O cabo confessou o crime.
Março de 1997
Um tenente, um cabo e dois soldados do Rotam foram acusados de atirar contra um Corcel II ocupado pelo estudante Hugo Leonardo de Souza, de 19 anos, o irmão dele, o também estudante Fernando Sérgio de Souza, de 23, e dois amigos, no Bairro Santa Inês, Região Leste. Hugo foi atingido na nuca e morreu. Um dos amigos do estudante dirigia o Corcel II sem o consentimento do pai e não portava os documentos do carro. Ao se deparar com a viatura do Rotam, ele se assustou e acelerou o veículo, que foi perseguido pelos militares.
Fonte: Arquivo EM