Jornal Estado de Minas

Aglomerado da Serra

Moradores fazem novas denúncias sobre violência e ação de milícias da Rotam

Luana Cruz, Paulo Filgueiras, Cristiane Silva, Daniel Camargos, Mateus Parreiras, Pedro Rocha Franco, Luciane Evans, Leandro Couri
Recado deixado em muro no aglomerado para filho e irmão de militar assassinados no sábado - Foto: Paulo Filgueiras/EM DA PressAs denúncias e a revolta da população no Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, continuam nesta terça-feira. O assessor de comunicação da Polícia Militar (PM), tenente-coronel Alberto Luiz Alves, esteve no local nesta manhã e foi abordado por uma moradora desesperada.
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Maria da Conceição Santos, de 65 anos, denunciou a truculência de militares da Radiopatrulhamento de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam) afirmando que os policiais entram, com frequencia, atirando no morro. A senhora fez um apelo emocionado ao tenente-coronel para que seja apurada a ação da Rotam dentro do aglomerado. Ela afirmou em prantos que filhos e netos já forma vítimas de abordagens violentas do batalhão.

Outro morador, Rodrigo Barcelos, 37 anos, também se dirigiu ao assessor da polícia e reafirmou denúncias de que militares da Rotam agem como milícia e recebem propina de traficantes do morro. O tenente-coronel Alberto Luiz Alves reafirmou a importância da população denunciar e pediu o apoio da comunidade para falar sobre a conduta inadequada de militares, assim poderá ser feita a apuração dos fatos. Ele ainda disse que as denúncias precisam ser invstigadas, não é possível generalizar a ação da Rotam, que, segundo o assessor, conta com muitos profissionais de boa conduta.

As denúncias da população começaram depois de dois assassinatos dentro do aglomerado. Nesse fim de semana ônibus foram queimados durante protestos. A comunidade está revoltada com a ação policial que culminou na morte de Renilson Veriano da Silva, de 29 anos, e do dançarino e auxiliar de padeiro Jeferson Coelho da Silva, o Jefinho, de 17, na madrugada de sábado.