Jornal Estado de Minas

Mais um ônibus é incendiado no Aglomerado da Serra

João Henrique do Vale Luana Cruz, Paulo Filgueiras, Cristiane Silva, Daniel Camargos, Mateus Parreiras, Pedro Rocha Franco, Luciane Evans, Leandro Couri

Foi o segundo ônibus incendiado neste sábado no aglomerado - Foto: Juliana Flister/ Esp.EM/D.A Press. 

Os tumultos no Aglomerado da Serra parecem estar longe de terminar. Mais um ônibus foi incendiado na tarde deste sábado, na Rua Nossa Senhora de Fátima. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o alvo foi um coletivo da linha 9031. O fogo foi controlado e ninguém se feriu. Durante a manhã moradores do aglomerado atearam fogo num outro ônibus em protesto a uma operação da Polícia Militar, realizada durante a madrugada. O filho e o irmão de um policial morreram durante troca de tiros.

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Os dois incêndios aconteceram no mesmo local. A polícia suspeita que as ações dos moradores tenham ligação com a operação da PM. De acordo com militares do Batalhão da Rotam, por volta de 2h30, militares se depararam com aproximadamente 20 homens armados. Doze deles usavam fardas do Grupo de Apoio Tático Especial (Gate) e da Polícia Militar. Ao verem os militares, os suspeitos teriam atirado, uma bala atingiu um policial. Durante um tiroteio, morreram os suspeitos Renilson Veriano da Silva, de 39 anos e J.C.S. de 17 anos.

Depois do tumulto na manhã deste sábado, a PM promete apurar o que ocorreu no Aglomerado da Serra e ainda investigar as denúncias da comunidade sobre abuso de autoridade.

Próximos passos

A Polícia Militar ocupou o aglomerado nesta manhã, com a presença de dezenas de militares, pelo menos cinco viaturas e um helicóptero. A PM aguarda a perícia que é feita no local para traçar os próximos passos da operação.

A busca por suspeitos pode continuar durante o sábado e segundo o coronel, serão feitos acompanhamentos da comunidade por causa do "clamor público" que a ocorrência da madrugada gerou. “Sempre há um acompanhamento em aglomerados de BH, temos um trabalho específico em cada comunidade, com apoio do Grupo Especializado em Policiamento em Área de Risco (Gepar). Mas, hoje ouve uma ocorrência e policiais dão conta de que entre 15 e 20 homens teriam entrado em conflito com eles. Nós vamos ouvir a comunidade nessas investigações", afirma o coronel.