Jornal Estado de Minas

Obras só devem chegar ao perigoso trecho do Anel Rodoviário em 2012

Pedro Rocha Franco
Os 120 mil motoristas que cruzam diariamente o Anel Rodoviário de Belo Horizonte ainda vão enfrentar muitos meses de ameaças antes de ter garantia de poder trafegar por um trecho moderno e seguro. Diferentemente das promessas recentes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), as tão sonhadas obras de revitalização do trecho mais crítico da via mais movimentada da capital mineira, entre o acesso ao Viaduto da Mutuca, na saída para o Rio de Janeiro, e o trevo do Bairro Betânia, Região Oeste da Capital, só devem começar a partir do segundo semestre de 2012. Até lá, para se proteger de mais tragédias – como a de 28 de janeiro, quando cinco pessoas morreram num acidente envolvendo 16 veículos –, os cidadãos terão de contar com medidas paliativas, como a instalação de lombadas eletrônicas e de nova sinalização no trecho, além da redução da velocidade máxima para veículos pesados, de 70km/h para 60km/h.
O departamento, vinculado ao Ministério dos Transportes, publicou ontem edital para contratação de empresa de engenharia que faça revisão do projeto básico e elabore projeto executivo para a obra (veja ao lado as diferenças de cada fase). O prazo estipulado para conclusão dos estudos é de 330 dias – isso depois de encerrada a licitação, o que, se não houver atrasos judiciais, só deve ocorrer em meados de junho. A reforma do trecho mais crítico, conhecido como descida do Betânia, teria início apenas depois de concluídos esses estudos, com previsão de término no segundo semestre de 2015, um ano depois da Copa’2014. A partir de setembro deste ano, o Dnit promete iniciar as obras do segmento entre a Avenida Cristiano Machado (divisa das regiões Norte e Nordeste de BH) e a saída para Sabará, na região metropolitana, considerado menos perigoso e cujo projeto vem sendo revisado pelo próprio departamento. Para esse percurso, de aproximandamente 9 quilômetros, a previsão é de que os serviços estejam prontos em 2012.

De acordo com o processo licitatório, orçado em R$ 6 milhões, a revisão dos estudos de engenharia foi desmembrada em três trechos – além do que foi assumido pelo Dnit. Destes, o primeiro, com 3,3 quilômetros de extensão, prevê melhorias no segmento entre o Posto da Polícia Militar Rodoviária, em Sabará, e o entroncamento com a BR-381. O segundo se estende da entrada para a MG-020 até a da BR-040, num total de 14 quilômetros. O último segmento, com 9,6 quilômetros, vai da interseção com a Avenida Amazonas até o Viaduto da Mutuca.

Participando das reuniões para discutir soluções para o Anel, em Brasília, o vice-prefeito de BH, Roberto Carvalho (PT), entende que as obras para esses três trechos podem não atrasar tanto. Segundo ele, o que foi acordado com a direção do Dnit e o Ministério dos Transportes, desde o ano passado, é que “as obras vão ser executadas à medida que os estudos dos trechos forem concluídos, começando pelo viaduto da Avenida Amazonas”. Porém, procurada pelo Estado de Minas, a assessoria de imprensa do Dnit não conseguiu confirmar a informação.