O processo de desapropriação dos lotes particulares já foi iniciado. “As famílias estão levando a documentação à prefeitura”, conta o secretário. Algumas já deixaram as casas antes de receber a indenização do Executivo. Mas a moradora há 46 anos de uma das casas, Maria Aparecida de Mendonça, de 79 anos, aguarda o pagamento da PBH para deixar o local. “Saiu quem não dependia do dinheiro da prefeitura. Como o lote será desapropriado, perdi minha fonte de renda. Alugava cinco barracos no fundo de casa por R$ 1,2 mil, mas os inquilinos saíram quando souberam do hospital”, diz Maria.
Ela reclama do valor do IPTU, mais de R$ 900. “Como perdi os aluguéis, estou pagando parcelado. A PBH exige a quitação de impostos para pagar indenização. Fica difícil”, diz. Apesar da dificuldade, Maria está feliz com a construção do hospital. “Será muito bom para a região. Além disso, a área vai ficar mais segura. Arrombaram minha casa recentemente. Isso também me deixa ansiosa para sair daqui.”
Estado e prefeitura gastaram R$ 1,15 milhão, cada um, com o projeto. Já a obra, que deve custar cerca de R$ 110 milhões, ainda não tem fonte definida. “Depende da escolha pela licitação ou PPP”, explica o secretário.
Urgências
O Hospital Metropolitano do Barreiro atenderá urgências e emergências 24 horas, exceto neurotraumas e queimados. Serão 13 pavimentos com 300 leitos. Entre 400 e 500 pacientes deverão ser atendidos diariamente, sendo possível internar cerca de 1 mil pessoas por mês e fazer 50 cirurgias por dia. Segundo Teixeira, o objetivo do hospital é reordenar as urgências e emergências na Grande BH.
Além de atender ao Barreiro, a unidade receberá pacientes de cidades vizinhas, como Contagem e Ibirité. A expectativa é de que o hospital tenha na região o mesmo papel do Hospital Universitário Risoleta Neves, na Região Norte, e do Pronto-Socorro João XXIII, no Centro, descentralizando os serviços.
A gerente responsável pelo projeto do Hospital Metropolitano do Barreiro, Lídia Tonon, destaca inovações do planejamento. “Dispensaremos o uso de caldeiras, porque a energia gerada pelo sistema de ar condicionado será reaproveitada, assim como 50% da água usada.