Jornal Estado de Minas

Barreiro

Atendimento no Hospital Metropolitano será 100% do SUS

Amanda Almeida

Projeto do novo prédio já está pronto e obras deverão ser iniciadas em junho, para conclusão em dois anos - Foto: Secretaria Municipal de Saúde/Divulgação Prometido pela Prefeitura de Belo Horizonte para o primeiro semestre de 2012, o Hospital Metropolitano do Barreiro pode ser construído por meio de parceria público-privada (PPP). Inicialmente, a proposta era licitar o projeto e abrir concorrência pública para a obra. “A decisão entre um ou outro está sendo avaliada por uma equipe de vários setores da PBH. Se for escolhida a PPP, a empresa poderá explorar serviços como lavanderia, alimentação e limpeza. Não há a menor chance de se reservarem leitos para a iniciativa privada. O atendimento do hospital será 100% realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, diz o secretário municipal de Saúde, Marcelo Teixeira.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) planeja iniciar as obras em junho e, para isso, lançar licitação ou edital para PPP no próximo mês. O local do hospital já está definido. É um quarteirão de 14,5 mil metros quadrados, sendo 12,5 mil ocupados pela Gerência de Manutenção da Regional Barreiro e 2 mil divididos entre cinco lotes particulares, na Rua Dona Luiza, perto da Via dos Minérios, no Bairro Milionários. “São fases vencidas: projeto arquitetônico e complementares prontos, lugar escolhido e aprovado por outras secretarias, como o Conselho Municipal de Meio Ambiente, BHTrans e a Secretaria Municipal Adjunta de Regulação Urbana . O orçamento será entregue nos próximos dias”, relata Teixeira.

O processo de desapropriação dos lotes particulares já foi iniciado. “As famílias estão levando a documentação à prefeitura”, conta o secretário. Algumas já deixaram as casas antes de receber a indenização do Executivo. Mas a moradora há 46 anos de uma das casas, Maria Aparecida de Mendonça, de 79 anos, aguarda o pagamento da PBH para deixar o local. “Saiu quem não dependia do dinheiro da prefeitura. Como o lote será desapropriado, perdi minha fonte de renda. Alugava cinco barracos no fundo de casa por R$ 1,2 mil, mas os inquilinos saíram quando souberam do hospital”, diz Maria.

Ela reclama do valor do IPTU, mais de R$ 900. “Como perdi os aluguéis, estou pagando parcelado. A PBH exige a quitação de impostos para pagar indenização. Fica difícil”, diz. Apesar da dificuldade, Maria está feliz com a construção do hospital. “Será muito bom para a região. Além disso, a área vai ficar mais segura. Arrombaram minha casa recentemente. Isso também me deixa ansiosa para sair daqui.”

Estado e prefeitura gastaram R$ 1,15 milhão, cada um, com o projeto. Já a obra, que deve custar cerca de R$ 110 milhões, ainda não tem fonte definida. “Depende da escolha pela licitação ou PPP”, explica o secretário.

Urgências

O Hospital Metropolitano do Barreiro atenderá urgências e emergências 24 horas, exceto neurotraumas e queimados. Serão 13 pavimentos com 300 leitos. Entre 400 e 500 pacientes deverão ser atendidos diariamente, sendo possível internar cerca de 1 mil pessoas por mês e fazer 50 cirurgias por dia. Segundo Teixeira, o objetivo do hospital é reordenar as urgências e emergências na Grande BH.

Além de atender ao Barreiro, a unidade receberá pacientes de cidades vizinhas, como Contagem e Ibirité. A expectativa é de que o hospital tenha na região o mesmo papel do Hospital Universitário Risoleta Neves, na Região Norte, e do Pronto-Socorro João XXIII, no Centro, descentralizando os serviços.

A gerente responsável pelo projeto do Hospital Metropolitano do Barreiro, Lídia Tonon, destaca inovações do planejamento. “Dispensaremos o uso de caldeiras, porque a energia gerada pelo sistema de ar condicionado será reaproveitada, assim como 50% da água usada.