Jornal Estado de Minas

Especialistas alertam para risco de acidentes com lagartas

Agência Minas
- Foto: Reprodução da Internet/Alagoasatual.wordpressO inverno pouco rigoroso tem prorrogado a incidência de acidentes com lagartas venenosas, como a lonomia obliqua, também conhecida como taturana. Tradicionalmente, os atendimentos nestes casos começam a aumentar no final do ano, tendo picos nos meses de março e abril. Porém, segundo o Serviço de Toxicologia do Hospital João XXIII (CIAT-BH), da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais(Fhemig), os casos continuam a crescer, principalmente no cinturão verde das cidades.
Em 2008, foram registrados 361 acidentes, sendo 7 com lonomia. Em 2009, até o final de abril, já tinham sido notificados 275 casos, sendo 5 com essa lagarta.
A proximidade e o acesso aos chamados cinturões verdes – condomínios fechados, sítios, bosques e pomares – são fatores importantes para o crescimento destes números. Os acidentes com a lonomia obliqua são considerados graves, pois podem levar à insuficiência renal e a distúrbios na coagulação sanguínea e, consequentemente, à morte do paciente.

Conheça os sintomas e os procedimentos de emergência

“Em geral, todas as lagartas que possuem pelos são venenosas. A maioria causa apenas dor no local; diferente da lonomia, que traz mais complicações no quadro clínico”, lembra o coordenador do Serviço de Toxicologia do HPS, Délio Campolina.

O especialista recomenda que a lagarta seja recolhida, com cuidado para não tocá-la diretamente, e levada à unidade de saúde, no momento do atendimento, para que seja identificada. Também é importante que seja raspado o local do contato, para a retirada das cerdas e diminuir, assim, a inoculação do veneno no corpo da vítima.

Como qualquer outro acidente com animais peçonhentos, este pode ser evitado com melhor observação do ambiente. “Nunca se deve tocar uma árvore sem olhar antes onde está se colocando a mão”, aconselha Délio. O mimetismo destes insetos dificulta sua visualização rápida, já que eles se misturam à superfície dos troncos. Também é comum as lagartas ficarem agrupadas; assim, a pessoa pode tocar várias ao mesmo tempo e piorar o problema.