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Estado de Minas

Risco e precauções no manuseio de explosivos


postado em 27/12/2008 08:48 / atualizado em 08/01/2010 03:54

A magia dos fogos de artifício, muitas vezes, esconde perigo, principalmente, quando não são utilizados corretamente. Na última passagem de ano, o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII recebeu 14 casos de pessoas que sofreram queimaduras e lesões graves ao manusear fogos de artifício incorretamente. “O grande problema do brasileiro é que ele nunca lê instruções e usa um determinado produto sem saber como manuseá-lo. As queimaduras não são as piores conseqüências. Dependendo da intensidade do explosivo corre-se o risco de ficar surdo, cego, amputar a mão ou até mesmo o braço”, alerta o chefe do setor de queimaduras do HPS, Carlos Eduardo Leão, que define esses acidentes como falta da “cultura do perigo” no país.

De janeiro a novembro deste ano foram contabilizados, só em Belo Horizonte, 55 casos de crianças e adultos que se feriram com o explosivo. “As pessoas se arriscam demais, principalmente neste período do ano”, ressalta Carlos, que espera que em 2009 essa realidade possa dar o seu primeiro passo de mudança. É que a partir do ano que vem, o tema de prevenção contra acidentes de quaisquer natureza, inclusive de fogos de artifício, será incluído no currículo escolar das escolas públicas de Minas Gerais. “É com os pequenos que vamos conseguir mudar essa falta de consciência que muitos marmanjos têm. Meninos e meninas na sala de aula serão o nosso multiplicador de prevenção”, aposta.

Ele aconselha que antes de promover um espetáculo de fogos é preciso saber como lidar. “A palavra é, antes de tudo, aprender”, diz. Aos 45 anos, o comerciante Oswaldo Ferreira da Costa nunca mais quer chegar perto de um explosivo, prefere observar a beleza da arte pirotécnica apenas de longe. Há três anos, durante um jogo de futebol, no qual o seu time foi vencedor, um colega o chamou para soltar rojão em comemoração à goleada. No momento da explosão, o foguete, que estava nas mãos de Oswaldo, explodiu e o deixou tonto e sem a audição. “A sorte é que eu estava com o braço levantado, senão, teria atingido meu rosto. Fiquei surdo por muitas horas e tive a impressão de que tinha estourado o tímpano. Fui para o pronto-socorro e durante seis dias tomei antiinflamatório. Felizmente, não fiquei surdo. Mas o susto me serviu de aviso para o perigo”, conta.

Oswaldo, que hoje não se arrisca em acender nenhum tipo de explosivo, reconhece que muitas pessoas são irresponsáveis ao manusear o produto. “Conheço rapazes que acendem um rojão segurando-o pelos dentes. É uma loucura. Só fazem isso porque não sabem do perigo que correm”, comenta. No caso do comerciante, não foi o mau uso do foguete que o prejudicou, mas sim um erro do fabricante. Por isso, o tenente do Corpo de Bombeiro de Minas Gerais Tiago Miranda alerta que, para comprar um explosivo, antes de tudo, é preciso ir a um local especializado. “É importante observar se o lugar de venda é credenciado. Os vendedores são treinados para orientar os usuários sobre as medidas de segurança. Ao comprar a caixa contendo os fogos é preciso conferir se há o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) na embalagem, e também a validade”, avisa.

A sorte que teve Oswaldo não foi a mesma do comerciante Antônio Martins de Souza, de 51, que perdeu a ponta de dois dedos quando soltava foguete para também comemorar a vitória do seu time de futebol. “Não soube usá-lo corretamente, tanto é que estava acendendo a pólvora com cigarro e depois passei a usar o isqueiro, foi quando ele explodiu na minha mão. Sangrou muito, a ponto de ter que fazer uma cirurgia de reconstituirão, que durou seis horas. De explosivo, quero distância.”

A procura maior pelos fogos é no réveillon; porém, em meio às comemorações, muitos se esquecem das instruções e acabam colocando em risco quem está próximo. “Criança, por exemplo, não pode, em hipótese alguma, mexer com o produto. Mesmo que haja aqueles infantis, sempre deve haver um adulto por perto”, ressalta o tenente, que conta que muitas pessoas, depois de beber umas e outras, não se importam. “E acabam soltando os foguetes na brincadeira, o que pode tornar-se algo muito sério.” Em caso de acidentes, como queimadura, ele aconselha evitar receitas caseiras e hidratar a pele com água. “O melhor é procurar um hospital ou ligar imediatamente para o 193”.

Precauções

SEMPRE

• Leia e siga as instruções da embalagem
• Use fogos em locais abertos
• Armazene fogos em local frio e seco
• Solte fogos sob a supervisão de adultos e de acordo com a sua idade

NUNCA

•Tente reutilizar os fogos que tenham falhado
•Atire fogos na direção de outras pessoas
•Atire fogos de lugares fechados, como carros ou residências
•Faça experiências, modifique ou tente fazer seus próprios fogos de artifício
•Utilize fogos depois de ingerir bebidas alcoólicas
•Desmontar os fogos


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